Os casos de estupro coletivo no Brasil aumentaram 124%, no período de cinco anos. É o que revela levantamento do Ministério da Saúde divulgado recentemente. Em 2016, a cada duas horas e meia, uma mulher sofreu estupro coletivo em algum lugar do Brasil.
Segundo reportagem do G1, foram registrados no ano passado 3.526 casos pelas unidades de saúde de todo o país, o que representa alta de 12,5% em relação aos 3.132 de 2015. Se compararmos com dados de 2011, o número subiu 124%.
Os estados com maior índice de estupros coletivos por habitante são Acre, Tocantins e Distrito Federal. Em 2016, houve mais de 4 casos para cada 100 mil moradores nesses locais.
A vereadora Marlenice Borges da Silva (PSDB), parlamentar em Pau d’Arco (TO), lamentou os dados divulgados. Ela acredita que denunciar e registrar o boletim de ocorrência é fundamental para combater a impunidade nesses crimes.
“É preciso punir com seriedade esses agressores para que outros crimes como este não aconteçam. O governo também precisa investir na prevenção e na instrução da sociedade por meio de campanhas e ações educativas. Não podemos admitir que crimes como estes continuem acontecendo ”, disse.
Na opinião da vereadora, faltam campanhas e políticas públicas voltadas para o combate do estupro. “Meninos e meninas devem ser orientados sobre a criminalidade desses atos e sobre como devem agir se presenciarem atos criminosos. Só através da informação e do incentivo à denúncia é que vamos combater este mal”, afirmou.
O Ministério da Saúde só contabiliza às vítimas que buscaram atendimento em hospitais públicos ou privados, mesmo que elas não tenham registrado um boletim de ocorrência na delegacia. Por este motivo, a pasta reforça a importância de oficializar a denúncia de estupros.
O Sistema Único de Saúde (SUS) garante acesso gratuito a atendimento psicológico, contracepção de emergência e profilaxia para DST, HIV, Hepatite B, entre outras medidas para as vítimas de estupro, seja ele coletivo ou não.