No primeiro semestre de 2017, o estado de São Paulo registrou 272 mortes de mulheres, das quais 93 foram cometidas pelo próprio marido ou companheiro da vítima. Os dados são da Secretaria de Segurança Pública do estado, divulgados nesta terça-feira pela TV Globo. Em dois dias, quatro feminicídios foram registrados somente na capital paulista.
Nos casos gerais de homicídio entre casais, 70,1% das vítimas são mulheres, contra 29,9% homens. A maioria deles é movida por ciúme, traição, disputa pela guarda dos filhos, gravidez indesejada ou pela não aceitação do cônjuge em se separar. Os crimes também são resultado do machismo e do sentimento de posse sobre a mulher e suas ações, segundo a reportagem.
Sebastiana Azevedo, presidente da executiva do PSDB-Mulher no Rio de Janeiro, ressaltou que a luta para que a situação não aconteça vem da educação, desde cedo, do homem. “É um trabalho a longo prazo, o homem já é educado para dominar, para ser agressivo, temos que trabalhar mais na educação e no respeito”, pontuou.
A tucana destacou ainda que é preciso que a mulher não se cale diante da afronta e violência, e tenha uma postura de defesa e confiança na busca pelo seu espaço. Ela lembrou que a mulher já tem uma percepção maior dos seus direitos, mas que há muito trabalho ainda a ser feito, não só por elas, mas também pelo Estado.
“É uma conjugação de fatores e setores que precisam trabalhar em conjunto para que a gente possa combater a violência. O Estado não está fazendo o suficiente para melhorar, a lei tem que funcionar para todos, a Justiça tem que ser mais eficaz”, considerou ela.
Em casos de violência doméstica ou familiar, menosprezo ou discriminação contra a condição de mulher, o crime é considerado hediondo, enquadrado na Lei do Feminicídio, sancionada em março de 2015.
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