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Empreendedorismo feminino é resposta às dificuldades no mercado de trabalho, diz tucana

Apesar do preconceito de gênero e dos obstáculos para prosperar, as mulheres lideram a criação de novas empresas no Brasil. O dado é de pesquisa desenvolvida pelo Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequena Empresa (Sebrae) e do Instituto Brasileiro de Qualidade e Produtividade (IBQP), intitulada de Global Entrepreneurship Monitor 2016. O levantamento revelou que empreendedoras criaram 51,5% das empresas inauguradas nos últimos três anos e meio, contra 48,5% dos homens.

A necessidade é apontada por 48% dessas mulheres como a principal motivação para virar empresárias. As atividades estão concentradas principalmente nos setores de serviços domésticos (13,5%), beleza (12,6%), vestuário e acessórios (12,3%) e bufê (10,3%).

A vereadora de Vitória (ES) Neuza de Oliveira (PSDB) acredita que o protagonismo feminino na criação de novas empresas é, em parte, uma resposta das mulheres a todos os tipos de assédio e dificuldades que enfrentam para encontrar e permanecer no emprego.

“A escolha por empreender e por ser dona da própria empresa é uma forma de empoderamento e de autoafirmação de uma mulher que há muito sofre preconceito e é subestimada no mercado de trabalho. É uma resposta delas a todos os obstáculos, ao assédio moral, sexual e a todo preconceito de gênero”, disse.

Para a tucana, as mulheres desenvolveram ao longo da história uma capacidade de enfrentamento das dificuldades, diferente da dos homens. “Isto de certa forma nos fortaleceu. A mulher quer resolver, quer ser independente. Ela quer espaço de poder e decisão, porque não interessa estar em um cargo de destaque e não ter independência para decidir. Por isso, muitas preferem ser suas próprias chefes”, explicou.

Contradição

Mesmo liderando o ranking de empreendedorismo, as mulheres ainda têm baixa participação nos negócios já consolidados. Segundo a pesquisa, os homens possuem 57,3% das empresas firmadas no mercado, enquanto as mulheres respondem por 42,7%.

Neuza de Oliveira destacou que, diante dessa realidade, o aumento de mulheres empresárias é uma vitória anda maior. “A mulher lida com as dificuldades de forma mais criativa. Nós pensamos muito rápido e somos capazes de fazer múltiplas tarefas. Isso nos capacita e nos inclina a sermos mais audaciosas e corajosos em encarar novos desafios”, afirmou.

No entanto, a vereadora lamentou a falta de políticas públicas voltadas para a autonomia feminina. “A maior parte das mulheres não tem como empreender e precisam trabalhar. A falta de creches e de atendimentos de saúde adequados acabam impossibilitando as mulheres de alcançar postos maiores”, concluiu.

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