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Vereadora Dra. Cristina: Quando a dor vira motivação de luta

Alta, bem-vestida, sorridente e com marcas visíveis de queimaduras que ela não se preocupa em esconder, a vereadora de Goiânia Cristina Lopes Afonso (PSDB-GO), de 52 anos, é referência de resistência e combate à violência contra mulher. Aos 21 anos,  teve 85% do corpo queimado por um namorado inconformado com o fim do relacionamento. Recuperada, tornou-se a vereadora Dra. Cristina.

“Fui vítima de um crime de ‘gênero’. O gênero feminino por ser mulher. Foi a primeira e única vez que ele [o ex-namorado] me atacou fisicamente ao tentar me matar com fogo”, relatou a vereadora, que ficou em estado crítico e com apenas 10% de chance de sobreviver.

Articulada e bem-humorada, Dra. Cristina conta a história dela por onde passa e ouve outras tantas semelhantes. “Muitas vezes a violência é psicológica, como eu sofri tantas vezes, em que ele me responsabilizava de tudo e ameaçava se matar”, contou a vereadora, relembrando momentos passados há três décadas.

Opinião

Ao ser questionada sobre o que fazer diante de ameaças e agressões, a vereadora é categórica: “É preciso ter atitude. Esta é a palavra de ordem que tem que guiar a vida das mulheres”. Segundo ela, não tem relacionamento amoroso sustentado na desvalorização e desprezo da mulher. “Não podemos deixar que nada nem ninguém destrua nosso amor próprio”, ensinou ela.

Dra. Cristina disse que foi uma privilegiada, pois o então namorado foi julgado três anos após o crime e ficou 13 anos e dez meses em regime fechado apesar de ser médico e de família rica. Aos 21 anos, o então namorado não aceitava a separação e ateou fogo contra ela. Cristina foi desenganada em Curitiba (PR) onde morava e procurou ajuda em Goiânia, conseguindo recuperar-se.

Metas

Com graduação em Fisioterapia, Dra. Cristina trabalha na formação e pós-graduação de novos profissionais na área da saúde dermato-funcional em várias instituições de ensino superior do país. É chefe do Serviço de Fisioterapia do Instituto Nelson Pícolo e Pronto Socorro de Queimaduras desde 1991 e fundadora do Sociedade Brasileira de Queimaduras.

Orgulhosa, a vereadora contou que  foi a responsável por implantar a disciplina de queimadura em universidades de Goiás.

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