“Fui vítima de um crime de ‘gênero’. O gênero feminino por ser mulher. Foi a primeira e única vez que ele [o ex-namorado] me atacou fisicamente ao tentar me matar com fogo”, relatou a vereadora, que ficou em estado crítico e com apenas 10% de chance de sobreviver.
Articulada e bem-humorada, Dra. Cristina conta a história dela por onde passa e ouve outras tantas semelhantes. “Muitas vezes a violência é psicológica, como eu sofri tantas vezes, em que ele me responsabilizava de tudo e ameaçava se matar”, contou a vereadora, relembrando momentos passados há três décadas.
Opinião
Ao ser questionada sobre o que fazer diante de ameaças e agressões, a vereadora é categórica: “É preciso ter atitude. Esta é a palavra de ordem que tem que guiar a vida das mulheres”. Segundo ela, não tem relacionamento amoroso sustentado na desvalorização e desprezo da mulher. “Não podemos deixar que nada nem ninguém destrua nosso amor próprio”, ensinou ela.
Dra. Cristina disse que foi uma privilegiada, pois o então namorado foi julgado três anos após o crime e ficou 13 anos e dez meses em regime fechado apesar de ser médico e de família rica. Aos 21 anos, o então namorado não aceitava a separação e ateou fogo contra ela. Cristina foi desenganada em Curitiba (PR) onde morava e procurou ajuda em Goiânia, conseguindo recuperar-se.
Metas
Com graduação em Fisioterapia, Dra. Cristina trabalha na formação e pós-graduação de novos profissionais na área da saúde dermato-funcional em várias instituições de ensino superior do país. É chefe do Serviço de Fisioterapia do Instituto Nelson Pícolo e Pronto Socorro de Queimaduras desde 1991 e fundadora do Sociedade Brasileira de Queimaduras.
Orgulhosa, a vereadora contou que foi a responsável por implantar a disciplina de queimadura em universidades de Goiás.