Deputada federal pelo PSDB do Rio Grande do Sul, Yeda Crusius chama atenção para a gravidade desse processo, que usa a crise no país como argumento para uma nova Constituinte, mas que agrava o conflito político interno e enfraquece a democracia.
“Ele resolveu, para tentar aplacar a crise política interna, de fornecimento, de abastecimento e de liberdade, convocar uma Constituinte, pretensamente eleita pela população. Não houve um candidato da oposição. E os números chamam atenção para uma possível fraude. Se essa situação das pessoas nos preocupa, temos que ver que está em curso, na Venezuela, a quebra do paradigma democrático.”
De acordo com a imprensa venezuelana, a empresa que alegou a manipulação dos dados já participou de 14 eleições no país. Além disso, o processo – justificado por Maduro como solução para a grave crise política no país – elegeu o filho e a esposa do presidente para compor a Assembleia. Para Yeda, esses sinais retiram a credibilidade do pleito.
“Não havendo nenhum outro candidato de oposição, a Constituinte vai ter mão de ferro de Maduro para ditar as novas regras que o país vai viver. É uma quebra que o mundo inteiro está reconhecendo, fazendo com que vários países não aceitem um resultado deste como verdadeiro.”
O diretor-executivo da Smartmatic, Antonio Mugica, sugere que uma auditoria possa permitir conhecer a real taxa de participação. Presidente do Parlamento, de maioria opositora, Julio Borges disse que pedirá à procuradoria uma investigação sobre a denúncia.