Nós, mulheres, exercemos mil funções todos os dias: casa, trabalho, família, estudos, vizinhos e amigos. Não consigo entender o porquê de até hoje o machismo tomar conta dos partidos e da vida política. É como só se lembrarem das mulheres em época de campanha política para reforçar a militância, correr atrás de voto e divulgar os programas partidários.
É um absurdo porque no dia a dia fazemos política o tempo todo. Somos nós que vamos para rua, ouvir as queixas de mães, avós, filhas, irmãs, tias, enfim de mulheres como a gente que sofrem com problemas na saúde pública, com a falta de creches, com a segurança e o desemprego.
Nós somos a maior força de um partido! No PSDB, nós somos muito presentes e atuantes e sempre participamos de ações e eventos. A gente não para um minuto sequer, uma demonstração que nós, mulheres, não podemos ser esquecidas ou só lembradas a cada quatro anos.
É numa crise – seja ela política, econômica ou social – que mostramos a nossa força e garra para lutar. Estamos acostumadas a arregaçar as mangas e abrir caminhos a cotovelos.
A hora é agora: o país sofre com as incertezas. Mas as reformas da Previdência e lei trabalhista, além de Política estão aí e é preciso discuti-las como alternativa para melhorar o nosso cotidiano.
Mas para discutir é preciso estar informada, saber do que se trata, o que está em discussão no Congresso, o que há nas propostas das principais reformas. Por isso eu apelo: vamos nos reunir, vamos debater, vamos ver o está acontecendo e não ficar por aí reproduzindo só o que ouvimos dizer.
A gente tem que se recordar que, nas eleições municipais de 2016, 18.244 candidatas não ganharam um voto sequer – o equivalente a 12,5% de todas as mulheres inscritas para disputar a eleição. Apenas 2,6% dos candidatos homens não tiveram votos, quase um quinto do observado com as mulheres.
Se a gente for fazer uma outra comparação, o Brasil está atrás de Ruanda, Bolívia, Equador e Senegal no que diz respeito à participação das mulheres no Parlamento – no Congresso Nacional há apenas 10% de mulheres. Falo de tantos números e países para mostrar que o nosso caso é grave e é preciso tomar as rédeas e mudar a situação. Não podemos desanimar nem atribuir á crise a falta de estímulo para lutar!
*Bibi Alves é uma das mais ativas do PSDB-Mulher. É 1ª tesoureira do Secretariado Estadual do PSDB Mulher Pará e Coordenadora de Eventos no Secretariado Nacional. Milita no PSDB desde 1989 desde a primeira campanha do partido que lançou Mario Covas a presidente da República e o paraense Almir Gabriel como vice-presidente.