No primeiro painel do dia, “Utilização das ferramentas do Processo Legislativo”, as vereadoras, boa parte delas em seu primeiro mandato, puderam entender melhor o funcionamento das Câmaras Municipais, recebendo do professor e especialista em Administração Pública, José Luiz Souza, dicas práticas para enfrentar, como agentes políticas, resistências dos poderes Legislativo e Executivo, bem como da sociedade civil.
O professor também orientou as vereadoras a montar assessorias de qualidade representativa para as suas aspirações políticas, ressaltando que a comunicação é base fundamental para uma boa governabilidade. “A comunicação tem que ser clara e objetiva. Política não é feita por troca de cargos. Política é feita por troca de opiniões”, salientou José Luiz Souza.
As vereadoras debateram ainda “Políticas Públicas no contexto do Poder Legislativo”, tema do painel ministrado pela arquiteta urbanista Helena Werneck e pelo jurista e especialista em Segurança Pública Municipal Osmar Ventris. Além de questões como segurança, Plano Diretor e meio ambiente, as tucanas discutiram sobre o significado de democracia representativa, participativa e direta.
Em sua fala, Osmar Ventris citou pesquisa do DataSenado que constatou que 55% das mulheres acreditam que podem fazer a diferença na política. Ainda assim, a representatividade feminina no Legislativo continua no patamar mínimo. Entre os vereadores eleitos em 2016, por exemplo, 86,4% são homens, e apenas 13,6%, mulheres. Já entre os que se candidataram, os homens correspondem a 67%, enquanto as mulheres ficam em 33%, pouco acima da cota de 30% estabelecida por Lei para candidaturas femininas nos partidos.
Cooperação e integração
Para a presidente do PSDB Mulher, Solange Jurema, a importância do seminário, além da capacitação das vereadoras, está na rede de cooperação e integração criada entre tucanas de várias partes do Brasil. No encerramento, ela agradeceu a presença de todas e incentivou as parlamentares a aplicarem tudo o que aprenderam no exercício de seus mandatos.
“Graças aos paradigmas que quebramos no século XX, as mulheres podem ser qualquer coisa. Podem ser motoristas de ônibus, podem entrar para a vida pública, podem ser o que quiserem. Espero que tenham aproveitado este curso. Levem para as cidades de vocês esta troca de experiências. É isso que está faltando no Brasil: ouvir as pessoas. Tenho certeza de que, juntas, nós mulheres podemos de fato mudar o mundo”, completou a tucana.