A desigualdade de gênero no mercado de trabalho fica ainda mais evidente quando se compara o esforço feito entre homens e mulheres na educação e bem-estar das crianças. O levantamento mostrou que quatro em cada nove famílias brasileiras têm que recorrer a terceiros para cuidar dos filhos após a licença maternidade e que as mulheres geralmente conseguem voltar ao trabalho em média 95 dias após o fim licença maternidade.
A presidente PSDB-Mulher da Paraíba, Iraê Lucena, lamentou o pessimismo das brasileiras e classificou como “cruel” o confronto entre ser mãe e ser feliz profissionalmente. Ela também destacou que o excesso de tarefas vem do machismo que ainda existe na nossa sociedade, além de frisar que faltam esforços que permitam a independência feminina.
“Um conjunto de coisas levam a este pessimismo, como a falta de creches e de políticas públicas que proporcionem autonomia para as mulheres. A mudança cultural e comportamental também é muito importante, pois as mulheres que conseguem emprego ficam sobrecarregadas com as tarefas domésticas, filhos e a vida profissional. É preciso equilibrar as tarefas”, acrescentou.
A tucana ressaltou ainda que é preciso incentivo para estas mulheres que se sentem desestimuladas a buscar o sucesso profissional. “Não se pode deixar os sonhos profissionais de lado. É possível, sim, ser bem-sucedida e ser mãe quando se tem apoio. É por falta de apoio que as mulheres também se afastam da política. É preciso criar ações de incentivo para que as mulheres percebam aonde elas podem chegar”, disse.
Ranking
O levantamento mostrou que o Distrito Federal lidera o ranking das mulheres com dificuldades em ter sucesso profissional com filhos. De acordo com a pesquisa, 65% das brasilienses percebem maior dificuldade de ascensão profissional pós-maternidade. Em segundo lugar vem o Acre (61%), seguido do Rio de Janeiro (60%) e Paraná (59%). O Piauí é um dos estados mais pessimistas da região Nordeste quando o assunto são filhos e o mercado de trabalho. De acordo com a pesquisa, 55% das mulheres piauienses consideram improvável conciliar carreira e filhos. O Estado fica atrás apenas do Rio Grande do Norte (56%), Ceará (58%) e Alagoas (59%).
A pesquisa ouviu 11 mil brasileiras de todos os estados entre os dias 19 e 24 de abril por meio de um questionário em seu site.
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