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Autonomia da mulher rural deve ser uma prioridade, diz tucana

O papel das mulheres no crescimento da agricultura sustentável e no desenvolvimento rural tem sido objeto de debate no Brasil e no mundo. Uma pesquisa feita pela Associação Brasileira de Marketing Rural e Agronegócios (ABMRA) detectou uma maior presença das mulheres nas propriedades rurais, além do aumento do protagonismo feminino em cargos de gerência ou em processos decisórios no campo.

O levantamento foi feito com 2.835 produtores rurais em 15 estados brasileiros, sendo 2.115 agricultores e 725 pecuaristas. Do total dos entrevistados, 31% declararam que as mulheres ocupam cargos de gerência. Para 81% a participação feminina foi considerada vital (19%) ou muito importante (62%) para a gestão do negócio.

A tucana Socorro Miranda, ex-presidente e integrante da executiva do PSDB-Mulher do Distrito Federal, relembrou a campanha internacional promovida pelo governo federal no início do ano: #MulheresRurais, mulheres com direitos, que teve como objetivo dar visibilidade ao trabalho feminino para o desenvolvimento socioeconômico e sustentável.

Para a tucana, apesar dos avanços já conseguidos, a mulher do campo ainda sofre muito preconceito. “A mulher rural ainda é muito discriminada. Ela já conseguiu muito espaço, mas não tanto quanto deveria. O campo ainda é machista por uma questão cultural. É preciso que o papel da mulher na agricultura e na pecuária seja reconhecido”.

A solução, na opinião de Socorro, é investir em políticas públicas mais eficazes para o público feminino agrícola. “Nós já temos um benefício vindo do Pronaf, mas não é suficiente porque ele ainda vincula a participação feminina ao homem. A mulher rural ainda não tem autonomia. As políticas têm que ser mais especificas”, afirmou.

A baixa representatividade da mulher na política foi apontada por Socorro como uma das causas da falta de ações para o setor. “Se temos poucas mulheres nos espaços de poder, é claro que as nossas demandas não vão ser priorizadas. É assim também no meio rural”, completou.

A tucana destacou ainda que as informações sobre os direitos garantidos às mulheres rurais chegam até elas, mas as oportunidades não. “Quando a mulher tenta buscar o que lhe é de direito, encontra mil e uma barreiras. Há uma distância enorme entre o direito e a oportunidade”, concluiu.

Em sintonia com essa tendência global, a Universidade Estadual de Goiás, estado administrado pelo tucano Marconi Perillo, promove nesta semana o II Encontro das Mulheres Rurais. O evento, que tem como tema “Experiências das Mulheres Rurais”, busca impulsionar o intercâmbio de conhecimento e iniciativas bem-sucedidas sobre o tema.

 

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