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“No limite”, por Terezinha Nunes

Após o Brasil atravessar seguidos períodos de tensão pela sucessão de crises que deixam a todos atordoados, nos últimos dias, à medida em que se aproxima o desfecho que seria a saída do presidente Michel Temer e a eleição de um novo presidente, é clara a percepção de que estamos no limite.

O que aconteceu em Brasília esta quarta-feira é a maior prova disso. Baderneiros invadiram a Esplanada dos Ministérios – a base das instituições republicanas – dispostos a quebrar tudo aos gritos de “Fora Temer”.

Nesses momentos, juristas, pessoas de responsabilidade política e todos que enxergam um palmo à frente do nariz, sabem que a única saída para evitar o imponderável, que seria um golpe de estado ou a anarquia estabelecida, é se apegar à Constituição.

Até o momento isto tem acontecido e tem o apoio da maioria do povo brasileiro. No Congresso, políticos responsáveis têm conseguido fazer caminhar o país, apesar da histeria de deputados de oposição que parece desejarem mais tocar fogo no circo do que ver o Brasil caminhar para frente.

Quanto ao presidente Temer, que perde cada dia mais sustentação, mas é o governo que temos, ele ganhou o apoio da maioria, que já não o ama ou nunca o amou, no momento em que chamou a Força Nacional de Segurança para botar ordem na Capital Federal.

Ninguém quer um golpe militar, nem mesmo os militares, mas as Forças Nacionais são um instrumento de que dispõe o regime democrático para utilização em momentos oportunos.

Foi o que aconteceu em Brasília. As imagens mostradas pelas câmaras de TV naquele momento da invasão eram de horror. Policiais eram afastados por manifestantes com o uso de bandeiras, enquanto um carro-de-som invadia a área onde estava proibido circular, funcionários públicos entravam em pânico no momento em que o Ministério da Agricultura tinha um auditório ardendo em chamas e, no Congresso, deputados oposicionistas tomavam o plenário da Câmara enfurecidos e dispostos a tudo.

Serenados os ânimos cabe ao presidente mandar as Forças Armadas de volta à caserna e preparar melhor a Polícia de Brasília para uma nova necessidade.

A noite chegou com o país ainda perplexo, mas aliviado por ver que a ordem, finalmente, estava posta.

Resta às pessoas de bem desse país se unirem ao clamor nacional pelo respeito à Constituição. E o que diz a Constituição? Que se o presidente renunciar ou for afastado escolhe-se o seu substituto em 30 dias por eleição indireta.

Passar disso, querer impor no grito o desrespeito às leis, é jogar no imponderável, atirar o país na lama e, aí sim, será possível um endurecimento seja de que espécie for.

Foi fundamental o Brasil vencer o período autoritário e viver numa democracia. Nossas instituições são sólidas e assim devem permanecer doa em quem doer. Os excessos precisam ser corrigidos dentro da legalidade, como ocorre em todos os países civilizados.

Se o presidente não deseja renunciar que tenhamos a calma e a tranquilidade de aguardar o desfecho que se aproxima e nos fará, se Deus quiser, sair mais fortes para construir um país melhor para todos.

*Terezinha Nunes é deputada federal e presidente do PSDB Mulher PE. Artigo publicado no Blog de Jamildo

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