Além de dar continuidade e ampliar o processo de Consulta Popular, outro método de democracia direta para que a própria população por voto direto es-colhesse os investimentos do Governo do Estado que mais interessassem à população das Regiões de Planejamento, fizemos mais. Meta pela qual venho lutando desde meus tempos à frente do Governo do Rio Grande do Sul, de modo inovador convidei o pesquisador norte-americano James Fishkin (ver em http://cdd.stanford.edu ), a apresentar a secretários e técnicos de minha administração , uma nova metodologia científica em pesquisa de opinião pública destinada a qualificar os processos de consulta popular.
Realizamos a pesquisa em 2009, para guiar os próximos passos para que pudéssemos propor a reforma das carreiras de estado. O resultado estará disponível no meu site na próxima semana. Mesmo com invasão na PUC onde pessoas de todo o estado se reuniram para completar a pesquisa feita em convênio com o PGQP, expulsamos os invasores e fizemos a primeira experiência em Pesquisa Deliberativa da América Latina.
Um exemplo de utilização bem-sucedida da democracia direta vem da Irlanda, um país que adota a participação popular para todas as grandes decisões que precisa tomar. Um dos primeiros a entrar em recessão na crise econômica mundial de 2008 – que o ex-presidente Lula chamou de marolinha – foi o primeiro também a superá-la, timidamente em 2012, e em 2015, após dois anos de superávit seguidos e expressivos. Nessa época o governo anunciou sua intenção de abrir consulta pública para que a população pudesse votar em como usar essa verba; se baixando impostos ou investindo em serviços. A população decidiu, e a economia irlandesa é hoje a que mais cresce na Europa. Para isso contribui o fato de sua população estar engajada, trabalhando por resultados junto com o governo. Democracia direta, participativa em todos os setores, da economia à saúde, casamento entre pessoas do mesmo gênero, educação…
Aqui no Brasil, com a tramitação já em processo final dos projetos de lei que a regulamentam, a democracia direta deixa de ser uma meta na qual falamos desde sempre para que possamos tomar, ao tempo presente, aquilo que é a participação popular nas questões políticas. Nós agora podemos avançar.
* Artigo da deputada federal Yeda Crusius (PSDB-RS)