Durante o debate, que contou com a presença de magistrados do Supremo Tribunal Federal (STF) e Tribunal Superior Eleitoral (TSE), senadores, ministros de Estado e jornalistas, Aécio defendeu a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 36, de autoria dele e do senador Ricardo Ferraço, que cria uma cláusula de desempenho para partidos terem acesso aos recursos do Fundo Partidário e ao tempo de rádio e TV.
A proposta acaba também com as coligações proporcionais nas eleições de vereadores e deputados e prevê ainda a perda de mandato para prefeito, governador ou presidente da República que mudar de partido depois de eleito.
“A PEC 36 por si só é quase uma reforma política, no sentido de que ela permite que os partidos políticos, para terem acesso aos benefícios da lei e ao Fundo Partidário, tenham que ter o aval de seus eleitores. Precisam representar de fato algum segmento da sociedade”, ressaltou o senador Aécio no debate.
Legendas de aluguel
O presidente nacional do PSDB chamou a atenção para o risco de o Brasil ter nas próximas eleições mais de 60 partidos atuando no Congresso Nacional, caso a PEC, já aprovada no Senado, não seja votada na Câmara dos Deputados no início do ano que vem.
“Não é possível e não é razoável que possamos viver num país onde, nas eleições, disputem 35, 60 partidos que estarão aptos em 2018 se nada for feito. Se essa proposta não for aprovada na Câmara no início do ano que vem, não haverá tempo para que outra seja aprovada em tempo hábil. Além dos 35 partidos hoje registrados no Tribunal Superior Eleitoral, 31 estão a caminho da sua regularização. Obviamente para terem acesso ao Fundo Partidário e ao tempo de televisão”, afirmou Aécio.
O senador ressaltou que a PEC 36 vai estimular a aliança entre partidos com identidade de ideias e programas, e combaterá a multiplicação de legendas criadas unicamente para obter ganhos financeiros e por oportunismo político. Ele destacou que o papel da OAB no debate da reforma política será ainda maior na Câmara dos Deputados.
“A participação da OAB tem sido muito importante e haverá de ser mais ainda na Câmara, onde existe uma pulverização maior de partidos políticos. Nós sabemos que lá o embate se dará em outros termos”, disse Aécio.