Durante uma audiência de junho de 2015, Legatti negou ao juiz Sérgio Moro o recebimento de R$ 400 mil em propina de Nakandakari, que havia declarado em sua delação que pagou o dinheiro a Legatti, parceladamente, ‘a pedido da Galvão Engenharia’. Na ocasião, Legatti depôs como testemunha em ação contra executivos da Galvão Engenharia, uma das empreiteiras acusadas de fazer parte do cartel que se apossou de contratos bilionários da Petrobras.
De acordo com a reportagem, Legatti teve sua tentativa de delação premiada frustrada e, então, decidiu procurar a Lava Jato para prestar depoimento ‘de forma espontânea’, em novembro deste ano, como tentativa de receber benefícios legais. O engenheiro disse que conheceu Nakandakari ‘por volta de 2001/2002’.
O engenheiro contou que, em 2013, ele e Nakandakari se encontraram ‘com frequência’ no Rio para jantar e tomar drinks em hotéis. Em um dos encontros, declarou, Nakandakari disse que a ‘diretoria’ estava muito contente com o trabalho dele na RNEST.
Segundo Legatti, por ‘diretoria’ ele entendeu Galvão Engenharia, ‘já que Shinko era uma pessoa vinculada’ à empreiteira na época.
Histórico
Na avaliação dos investigadores da Lava Jato, contratos relativos à Abreu e Lima, um dos grandes empreendimentos da Petrobras, deram suporte a um grande esquema de desvios e fraudes. A obra, segundo o Ministério Público Federal (MPF), teve contratos inflados e o consórcio responsável pagou propina da ordem de R$ 25 milhões ao ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, com dinheiro oriundo de crime de fraude à licitação.
Em agosto deste ano, o Tribunal de Contas da União (TCU) identificou superfaturamento de R$ 2,1 bilhões em obras da refinaria. Em relatório, o órgão indicou o problema como resultado do esquema de cartel, corrupção e superfaturamento investigado na Lava Jato.
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