O editorial da revista tem a manchete sugestiva: “A gastança que gera violência”. Justificando o pacote de medidas enviadas à Assembleia Legislativa na semana passada, o Governador Sartori acertadamente repete que não há avanços sociais possíveis sem equilíbrio das contas públicas. Eu sei. Por isso fizemos a nossa opção política de enfrentar comportamentos arraigados e conquistar em dois anos o déficit Zero acompanhado de melhorias substanciais nos indicadores sociais e nas estatísticas de crescimento e renda. E para muitos dos indicadores de segurança pública a queda foi significativa. Em 4 anos. Isso não veio ao acaso, foi fruto de políticas públicas claras. Não me neguem isso. Não foi fruto do acaso. Foi decisão política.
Já à época dizíamos “é muito difícil construir o saneamento das contas públicas, mas é muito fácil destruir”. Não deu outra nos anos seguintes. E Fernando Schüler publica nesse número da revista um artigo pertinente com o título “Buenas e me Espalho”, lembrando o Capitão Rodrigo do Érico Veríssimo para mostrar que o pacote enviado por Sartori à Assembleia mexe com muitas coisas arraigadas que precisam mudar. Por toda a qualidade do conteúdo da revista, vale a pena lê-la, e tê-la como registro de uma época.
Como contraponto a (quase) tudo que leio sobre como o estado chegou a este fundo do poço, sempre se repetindo como mantra “há quatro décadas a gastança (…) etc etc” quero dizer: não comigo. E a história registra que houve um período diferente sim, vide gráficos e estatísticas que vão se sequenciando para comprovar. Repito: não foi obra do acaso. Foi opção política. Não me neguem isso. E que tenhamos sorte e juízo na aprovação das medidas de conserto de longo prazo que o pacote contém.
*Yeda Crusius é presidente de honra do PSDB Mulher Nacional, professora universitária, economista, comunicadora e consultora. Como política ocupou os cargos de Ministra do Planejamento e, como eleita, foi Deputada Federal por três mandatos, e Governadora do RS.