POR EVANDRO ÉBOLI
21/11/2016 10:35 / ATUALIZADO 21/11/2016 10:58
BRASÍLIA — Relatora da medida provisória que recriou o Ministério da Cultura, em maio, no início do governo Michel Temer, a deputada Mara Gabrilli (PSDB-SP) relatou ao GLOBO na manhã desta segunda-feira que decidiu excluir do texto a criação da Secretaria Nacional de Patrimônio Histórico, prevista na proposta e que, para ela, tiraria poderes do Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), responsável por conceder licenças para empreendimentos, como o de interesse do ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, na Bahia. Geddel foi acusado pelo ex-titular da Cultura Marcelo Calero de pressioná-lo pela liberação da obra. A deputada afirmou que a secretaria tiraria importância do Iphan e ligou para o presidente da República, Michel Temer, avisando que o faria.
— Mergulhei para entender a importância dessa secretaria. E vi que a importância dela era tirar a importância do Iphan. Nessa situação, liguei para o presidente (Temer) e disse que estava usando do meu discernimento e estava tirando aquela secretaria. E coloquei no lugar a Secretaria Nacional da Pessoa Idosa. Essa sim, o povo brasileiro tinha necessidades — conta Gabrilli.
— Enfim, teve muita gente que não gostou — disse a deputada, sem citar nomes.
Gabrilli afirmou que conversou com muitos técnicos do Iphan, com o pessoal da cultura e com o próprio então ministro Marcelo Calero que, segundo ele, foi o tempo inteiro “muito cuidadoso”.
— Ele (Calero) sempre foi muito cuidadoso. Era uma situação delicada para ele. Era um ministro dentro do governo e iria falar mal de uma medida provisória do próprio governo?! Nunca fez isso. Foi muito cordial — afirmou a deputada, que deu outros detalhes.
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