Ícone do site PSDB-Mulher

“O tripé da nossa gestão será saúde, segurança e social”, diz Judite Botafogo, prefeita eleita de Lagoa do Carro

Judite no Parlamento EuropeuFilha de agricultor, nascida no município de Carpina, Zona da Mata Norte de Pernambuco, a tucana Judite Botafogo retorna ao comando de Lagoa do Carro ao se eleger este ano com 5.863, 51,48% dos votos válidos. Além da vasta experiência na política, adquirida ao longo dos anos na companhia do pai, Judite credita sua vitória sobretudo ao trabalho social que marcou sua primeira gestão, reforçado pela vice, Cristiane Chagas (PSDB), também com forte atuação no social.

Ciente dos grandes desafios que terá pela frente, sobretudo nas áreas de saúde, segurança e da assistência social, Judite Botafogo não desanima. O que não lhe falta é disposição para colocar em prática os vários projetos que pretende implementar em Lagoa do Carro a partir de janeiro. Na companhia da vice, Cristiane, Judite concedeu essa entrevista ao Portal PSDB-PE:

Eleição da chapa ‘mulher’

Nossa vitória se deve a dois fatores principais: o educacional e o social que marcam nossas carreiras. Eu já tinha passado pela gestão e enfrentado algumas barreiras, mas criei a marca de ‘mãe do povo’, alguns diziam que eu era tão boa que não prestava. A gente tem um legado na Educação. Muitos na cidade foram nossos alunos. E o social. O que Cristiane fazia na zona rural, sem pretensão política, era um trabalho muito forte que deu a ela muita credibilidade porque não estava contaminado pela política.

Desafio da gestão

Ganhamos a eleição em cima de um tripé de deficiência da atual gestão: saúde, segurança e social. A saúde está na UTI. A segurança é um caos e o social nunca existiu. O hospital da cidade há quatro anos praticamente não interna ninguém. As pessoas levam 6 meses para marcar exames. Na questão da segurança, há meninos sendo fuzilados à luz do dia, assassinados em plena feira. Não há mais políticas públicas para a juventude. Mas a gente também tem o desafio de promover muita coisa na educação, afinal somos duas professoras. E cuidar muito do social porque foi nosso compromisso maior na campanha. Esse cuidar das pessoas vai envolver várias políticas sociais, não é simplesmente dar. Temos de criar alternativas de renda.

A questão da segurança talvez seja o maior desafio e ele passa por vários vieses. Por exemplo, uma cidade que hoje está às escuras favorece a violência. Uma cidade que não tem um delegado de polícia, além da violência perdura a impunidade. É preciso criar núcleos comunitários de segurança. A ideia da gente é agregar a guarda municipal às polícias civil e militar, promovendo uma parceria, e trazer os policiais reformados para participar da gestão.

Políticas para a juventude

Vamos envolver a juventude em atividades que possam minimizar o problema das drogas que se proliferaram assustadoramente. A cidade carece de atividade culturais, como grupos de dança e teatro, orquestras musicais, tudo que tínhamos construído para a juventude e acabou. O departamento de música foi fechado, as aulas de artes marciais acabaram, a cultura foi completamente banida e isso aumentou a insegurança. Vamos trabalhar com sistema de câmeras em áreas de grande circulação e intensificar as rondas policiais em parceria com o comando da PM de Nazaré da Mata (cidade vizinha a Lagoa). Já fiz isso na minha primeira gestão. São medidas que precisam ser tomadas de imediato.

Enxugamento da máquina

A máquina está inchada. O comprometimento da folha é de 70%. Um absurdo! Há hoje em vigor 400 contratos na prefeitura, o que não se justifica em uma cidade do tamanho de Lagoa do Carro. Existem mais de 10 secretarias e nossa meta é reduzir para 5 ou 6, no máximo. Sei que vamos encontrar uma demanda grande que é a ansiedade do povo por espaço, e é natural, porque a cidade é pequena. Daí outro grande desafio nosso que é o de criar alternativas de geração de renda para minimizar o impacto social nesse sentido.

A solução será redefinir um modelo de gestão mais enxuto, mas infelizmente ainda não podemos adiantar como será feito porque não temos informações do governo, que sequer sinalizou com o início da transição. Isso atrapalha muito porque precisamos tomar ciência de como está o governo para que a gente saiba como vai conduzir. Quando saímos da prefeitura deixamos muitos projetos em andamento e não sabemos os que tiveram continuidade e se o prefeito teve a sensibilidade de deixar o município em ordem.

Tenho conhecimento, por exemplo, de que o município está em três itens no CAUC (Serviço Auxiliar de Informações para Transferência Voluntárias, do Tesouro Nacional). Com isso, a prefeitura fica impedida de fechar contratos, sobretudo com o governo federal. Daí nossa pressa pela transição para que a gente possa negociar as pendências porque estar no CAUC não é, necessariamente, algo grave, mas a gente não pode nem chegar junto para saber do que se trata de fato porque não temos acesso à gestão.

Alternativas de renda

Meu último empreendimento foi um curso de corte e costura para as mulheres que está fechado até hoje. Não funcionou um dia sequer nessa gestão. Quando digo que temos que correr para criar alternativas de renda, é porque muita gente já poderia estar ganhando dinheiro. São 17 máquinas industriais que estão enferrujando. Nossa meta é adquirir imediatamente mais algumas máquinas e reativar esse centro que comporta em torno de 30 mulheres. Nosso propósito é dar autonomia a essas mulheres através de cooperativas para que elas possam ser donas do próprio negócio.

Artesanato e gastronomia

Outra ideia de imediato é fortalecer o artesanato que é uma fonte geradora de renda e hoje não tem o menor apoio da prefeitura. Nossa ideia inclusive é ter um local, de preferência às margens da PE, para que os artesãos possam expor seus produtos além de incentivá-los a participar de feiras. Também queremos implementar uma política de atração de empresas para que elas se instalem em Lagoa. Nós temos uma fábrica de alumínio quase parando porque não tem apoio do poder público. Outro ponto que precisa ser olhado é Pouso Alegre, uma área que é nosso parque gastronômico e que poucas cidades têm. Aquilo tem de ser divulgado, tem de entrar no calendário turístico do Estado.

Governabilidade

Há diálogo com a futura Câmara, sem sombra de dúvidas. Dos 11 vereadores, contamos com 8, o que já facilita. E dificuldade de diálogo a gente não tem. Dei provas disso quando estava fora do comando. Precisei da Câmara em minha defesa e, dialogando, conseguimos uma resposta favorável.

* De Ana Lúcia Andrade, da Assessoria de Imprensa do PSDB-PE

Sair da versão mobile