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Mulheres na política: apenas uma capital brasileira elege prefeita para 2017

Foto: Tercio Carpello/ASCOM PSDB-AL

Foto: Tercio Carpello/ASCOM PSDB-AL

O resultado das eleições municipais se mostrou, mais uma vez, incompatível com o perfil do eleitorado brasileiro em relação ao gênero. Enquanto, no Brasil, 52% dos votantes são mulheres, elas continuam sendo minoria entre os eleitos: dos 5.568 municípios brasileiros, apenas 638 serão administrados por mulheres a partir de 2017. Além disso, das 26 capitais brasileiras, apenas uma será gerenciada por uma mulher: a cidade de Boa Vista, em Roraima, onde Teresa Surita (PMDB) se elegeu em primeiro turno. O cenário é idêntico ao de 2012, quando apenas Teresa era a única mulher entre os prefeitos das capitais.

Para Solange Jurema, presidente nacional do PSDB Mulher, a histórica sub-representação feminina na política brasileira é resultado da configuração social que ainda responsabiliza a mulher por inúmeras atividades domésticas, e não dá a elas o suporte necessário para exercer a política.

“A atuação das mulheres na política é muito difícil, essa é a verdade. E isso ocorre por vários motivos. Primeiro porque que o tempo das mulheres é muito reduzido. As atividades dentro de casa ainda são, em sua maioria, exercidas pelas mulheres, que se responsabilizam pela família. Com isso, não sobra muito tempo para exercer a política. Além disso, a gente não tem equipamentos públicos que deem suporte para essas mulheres, como creches, escolas em tempo integral.”

Das 57 cidades onde foi disputado o segundo turno, apenas uma mulher obteve vitória: Raquel Lyra, do PSDB, que será prefeita de Caruaru, em Pernambuco. No geral, o PSDB elegeu 79 mulheres entre os 803 prefeitos eleitos pela legenda nestas eleições. Para Solange, é um número que ainda pode crescer tamanha a importância das mulheres no partido, mas que ainda precisa enfrentar o obstáculo das eleições.

“A importância das mulheres dentro do partido vem crescendo. Em termos de mulheres engajadas, a gente teve um acréscimo de eleitas, e isso é muito bom, porque são mulheres que vão entrar com a cabeça do gênero, entendendo o que é política para as mulheres, e que podem fazer a diferença. Mas na hora da eleição a gente ainda vê o quanto é difícil.”

Esta foi a segunda eleição municipal em que vigorou a lei 2.034/2009, que estabelece que “cada partido ou coligação preencherá o mínimo de 30% e o máximo de 70% para candidaturas de cada sexo”.

*Do site do PSDB

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