Segundo Nancy, as eleitas passarão por novos cursos preparatórios, desta vez para enfrentar os desafios do cargo. Em janeiro, as vereadoras eleitas em São Paulo e nos demais estados do Sudeste se encontrarão em São Paulo. Já as prefeitas eleitas em todo o Brasil devem participar de uma imersão em Brasília também no primeiro mês de 2017.
“Assim como preparamos nossas candidatas para participar das eleições, queremos que elas estejam prontas e afiadas para enfrentar esse desafio maior que é defender nossa população nas Câmaras Municipais e nas prefeituras“, explicou Nancy. “Além disso, é um momento importante de troca de experiências e de projetos”, concluiu.
Em novembro, as mulheres também realizarão um grande encontro de lideranças para analisar a questão feminista e a atual conjuntura política.
“A luta por igualdade de gênero é permanente e não é menor na política. Temos a sorte de contar com um time altamente capacitado, motivado e que serve de exemplo no PSDB. Tenho certeza de que a construção de uma sociedade mais justa e igual passa pela luta feminina e São Paulo e o país ainda têm muito a ganhar com a maior participação das mulheres na política”, defendeu o presidente.
MULHERES AINDA SÃO MINORIA
Apesar de representarem 51% da população brasileira, as mulheres continuam a ocupar pouco espaço na política. Pelo menos 23% das cidades do país não terão vereadoras nas câmaras a partir de 2017. A porcentagem corresponde a 1.290 municípios. Em apenas 23 cidades, 0,4% do total, as mulheres serão maioria no Legislativo a partir do ano que vem. O resultado evoluiu pouco em relação à eleição de 2012. Dos quase 58 mil vereadores eleitos, apenas 13,5% são mulheres, enquanto em 2012, o índice foi 13,3%.
Para a vice-presidente do PSDB Mulher, Thelma de Oliveira, os números trazem à tona as barreiras sociais que dificultam o protagonismo da mulher na política.
“Retratam ainda o desafio que é para a mulher acessar um dos espaços mais difíceis para ela, o do poder, o espaço político. Além do trabalho, da casa e dos filhos, ela ainda tem que ter uma militância política. E esses são alguns dos fatores que mais impedem a mulher a acessar esse espaço.”
Eleita prefeita de Chapada dos Guimarães, em Mato Grosso, Thelma de Oliveira explica que a condição de desigualdade na disputa eleitoral entre homens e mulheres ainda é um dos principais fatores que afeta a participação feminina nesse espaço. Para ela, o Brasil deve lutar por uma reforma que garanta o lugar da mulher e de outros segmentos da sociedade na esfera política formal.
“Falta ainda acontecer uma reforma política que garanta igualdade. E quando falamos disso, não é apenas em relação à mulher. É preciso lembrar também das questões financeiras, raciais, e uma série de outras coisas que a nossa lei eleitoral acaba não agregando. Precisamos de uma reforma eleitoral mais ampla e inclusiva, que veja todos esses aspectos e que permita a todos concorrer em igualdade de condições.”
Até o momento, o índice de mulheres prefeitas também desagrada. O número de eleitas neste ano é menor em relação a 2012: caiu de 11,9% para 11,6%.