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‘É bom entender o ritmo da “Era Temer”’, por Yeda Crusius

Yeda-e-o-chimarrão-acervo-pessoalPara muitos, ansiosos por sair dessa situação instável e de crise que o país vive, o governo Temer, empossado para mandato até 2018, deveria tomar as iniciativas para sair dessa situação triste que coloca no desemprego 12 milhões de brasileiros que querem trabalhar e não conseguem onde. Mas cada período com o seu ritmo. A “era Temer” tem o seu, pois lhe cabe a responsabilidade de encaminhar ações tão importantes como as reformas tão aguardadas há anos. Há eras.

Como respondi a quem me perguntou sobre isso depois do impeachment, não há sincronia entre o tempo do calendário e o tempo das decisões no mundo político. Para andar no Congresso, depois de recebidos, os projetos de reforma, inclusive o da reforma política, há todo um imenso conjunto de procedimentos que para ser levado dentro das regras da legalidade e da construção político necessita de tempo que não sobrevive ao virar a folhinha até 31 de dezembro. Não adianta tentar apressar.

Quem seguiu o discurso de Temer na abertura da Assembleia Geral da ONU neste setembro teve a confirmação do seu ritmo: tocando todos os temas relevantes para a ocasião, sem fugir do do impeachment, lendo sem falhas o texto pelo TPS à sua frente, com fala pausada, respeitosa para com a diplomacia brasileira e a própria ONU, levando de quando em quando o indicador à têmpora, ou ajeitando a gravata impecável, ou o bolso lateral do paletó, ou com um tique que tem quando fala, ele foi impecável.

É assim e nesse ritmo que tratará questões tão espinhosas quanto a disputa interna dos seus ministros mais próximos, ou os ministros infelizes em suas falas de despreparo como políticos em função que exige conhecimento prévio, ou a reforma trabalhista ou previdenciária, ou a reação aos movimentos de “sindicalistas” no exterior ou aqui que tanto atrapalham o dia-a-dia das pessoas – inclusive com a quebradeira dos dirigidos black blocs em tempos de eleição. Na hora certa, quando estiverem prontas tanto a preparação política quanto a avaliação dos votos no Congresso, as ações para as reformas virão. Daqui até lá, o exercício de ter um Porta Voz competente dará mais informações desse dia-a-dia da “nova era”, como se necessita e deseja na Era da Comunicação via Internet. Salve!

*Yeda Crusius é professora Universitária, economista, comunicadora, consultora. Como política ocupou os cargos de Ministra do Planejamento e, como eleita, foi Deputada Federal por três mandatos, e Governadora do RS, é presidente de honra do Secretariado Nacional da Mulher/PSDB.

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