Para o deputado federal Vitor Lippi (PSDB-SP), a situação atual do ex-presidente de responder a três inquéritos na Lava Jato demonstra que o único objetivo de Lula, Dilma e do PT foi se perpetuar no poder.
“Lamentavelmente, após um período de popularidade, agora caiu a máscara e as investigações da Lava Jato deixam claro o forte envolvimento do ex-presidente Lula em desvios de recursos públicos, superfaturamento em obras, caixas 2, rombo nos fundos de pensão. Foi descoberta uma estrutura institucionalizada e muito bem organizada com a finalidade de angariar recursos para o PT e alguns partidos da base aliada. O grande objetivo do PT foi a manutenção do poder a qualquer custo, sem nenhum compromisso com a ética e os brasileiros. Por meios ilícitos e uma estrutura criminosa, acabou por mostrar que esse partido não tem limites”, disse o parlamentar.
O tucano acredita que Lula foi “um dos grandes ou o principal articulador desse esquema de corrupção que trouxe tantos prejuízos aos brasileiros”. “Os gastos excessivos do governo Dilma levaram a esse caos da economia do país e os sucessivos escândalos acabaram criando uma imagem negativa da política, mas em especial afetou o PT e os ex-presidentes Lula e Dilma. Infelizmente, o país paga caro por tudo isso e os brasileiros têm possibilidade agora de acompanhar essas investigações da Polícia Federal, do Ministério Público e da Justiça, nas quais vários líderes petistas foram presos ou estão respondendo ações criminais, cada vez mais próximas do ex-presidente Lula.”
Denúncias
A Polícia Federal indiciou, no dia 26 de agosto, Lula e sua esposa, a ex-primeira-dama Marisa Letícia, por corrupção e lavagem de dinheiro no tríplex do Guarujá, litoral paulista. O presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, também foi indiciado. A conclusão do inquérito é que o casal “foi beneficiário com vantagens ilícitas, por parte da OAS, em valores que alcançaram R$ 2,4 milhões referentes as obras de reforma no apartamento 164-A do Edifício Solaris, bem como no custeio de armazenamento de bens do casal.” Além disso, Lula foi indiciado por falsidade ideológica pelo custeio de R$ 1,3 milhão da OAS no armazenamento de bens do acervo do ex-presidente, mantidos pela empresa Granero Transportes, de 2011 a 2016.
Um segundo inquérito, em fase final, investiga a compra e reformas no sítio Santa Bárbara, em Atibaia, no interior de São Paulo. Para investigadores da Lava Jato, assim como o tríplex, o imóvel pertence a Lula e recebeu obras da OAS e da Odebrecht. O sítio está em nome de Fernando Bittar e Jonas Suassuna, que é sócio do filho do ex-presidente, Fábio Luís Lula da Silva (Lulinha), na empresa BR4 Participações.
O terceiro inquérito da PF vasculha pagamentos e doações à LILS Palestras e Eventos e ao Instituto Lula – que receberam altos valores de empreiteiras investigadas pela operação durante os dois mandatos do petista (2003/2010). Há fortes indícios ainda de seu envolvimento no “petrolão” instalado na Petrobras entre 2004 e 2014.
“Com esses inquéritos, a Justiça terá condições de confirmar a verdadeira responsabilidade de Lula em todos esses esquemas de corrupção montados nos governos petistas. Estou convencido de que ele é o principal responsável por toda a bandalheira e, por isso, terá de prestar contas de seus atos”, afirmou o deputado federal Carlos Sampaio (PSDB-SP).
Obstrução
O STF também determinou, no dia 15 de agosto, a abertura de inquérito contra Dilma e Lula por tentativa de obstrução à Justiça, além dos ex-ministros José Eduardo Cardozo e Aloizio Mercadante. Os investigadores da Lava Jato acreditam que a nomeação de Lula para a Casa Civil teria sido feita com único objetivo de conceder ao petista foro especial e, assim, escapar que as investigações fossem conduzidas pelo juiz Sérgio Moro em Curitiba.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) investiga ainda a tentativa de Cardozo e Mercadante, agindo a mando de Lula, de impedir o depoimento do ex-senador Delcídio Amaral (ex-PT-MS) à Justiça. O ex-presidente também é suspeito de participar de tentativa para silenciar Nestor Cerveró, ex-diretor da Petrobras, e atrapalhar investigações na Lava Jato.