“Acho que o Michel Temer tem noção de que foi lhe dada uma chance histórica. Não creio que ele vá ser mordido pela mosca azul. Vão tentar mordê-lo. A entourage sempre quer que o presidente se reeleja e, se possível, permaneça. Acho que o Michel tem maturidade suficiente para escapar dessa armadilha”, disse.
Fernando Henrique destacou ainda que a grandeza do atual presidente não vai se apresentar em forma de popularidade, mas sim na firmeza para realizar as reformas que o país necessita. “A grandeza no momento atual não vai derivar de ser popular. Vai derivar de ser firme”, afirmou.
O ex-presidente também criticou a decisão do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, de terem dividido a votação do impeachment de Dilma Rousseff, o que permitiu que a petista mantivesse os seus direitos políticos.
“Acho que a obrigação número um do senador é ser a favor da Constituição. Você pode até, na alma, dizer: ‘Ah, meu Deus, que pena!’ Eu, por exemplo, tenho muita dificuldade, mesmo quando escrevo, quando critico, com relação à presidente Dilma. Eu procuro ser uma pessoa que a considera. Mas isso é uma coisa no plano pessoal. Outra coisa é você como senador”, considerou.
FHC classificou o fatiamento da votação como “absurdo”. “Vamos falar português claro: o presidente do Supremo Tribunal Federal tomou a decisão e não podia ter tomado essa decisão”, completou o tucano.
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