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Fim da era PT: Desastre econômico e desemprego em massa levaram país à crise

O governador Geraldo Alckmin durante a entrega das obras de ampliação e modernização do PAT (Posto de Atendimento ao Trabalhador) da Estação Brás do Metrô e CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos). Data: 13/01/2015. Local: São Paulo/SP. Foto: Edson Lopes Jr/A2AD

O governador Geraldo Alckmin durante a entrega das obras de ampliação e modernização do PAT (Posto de Atendimento ao Trabalhador) da Estação Brás do Metrô e CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos). Data: 13/01/2015. Local: São Paulo/SP. Foto: Edson Lopes Jr/A2AD

Com o afastamento definitivo da ex-presidente Dilma Rousseff na última quarta-feira (31), chegou ao fim a era do PT no governo federal. Após 13 anos de desmandos na política econômica e erros que levaram o país a uma crise sem precedentes, o Brasil tenta agora superar o péssimo legado do partido, principalmente na economia. Dilma deixou o país com a inflação em disparada, desemprego em massa, com números recordes na história, além da queda no poder de compra dos brasileiros – elementos cruciais para a derrocada do partido.

O PT sai de cena em meio a uma profunda recessão, com altos índices de desaprovação, deixando um rastro de desemprego que afeta hoje mais de 11 milhões de pessoas. Estudo realizado pela Associação Brasileira das Empresas de Pesquisa (Abep) apontou que, apenas no último ano, quase um milhão de famílias brasileiras desceram um degrau na escala social. No mesmo período de tempo, mais de um milhão de jovens entre 18 e 24 anos ficaram desempregados.

Em 2003, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva deu início ao seu primeiro mandato, se comprometendo a dar continuidade ao Plano Real, idealizado pelo PSDB e do qual foi crítico ferrenho. O programa foi essencial no controle da inflação. Na economia, o maior mérito do governo petista foi a manutenção da política dos governos anteriores, principalmente a do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Lula também deixou de fazer reformas importantes, como a da previdência, a agrária e a tributária.

A partir de 2011, já no governo da ex-presidente Dilma Rousseff, as poucas conquistas econômicas alcançadas pelo seu antecessor começaram a ser diluídas. Para segurar a inflação, a petista lançou mão de uma nova matriz econômica, insistindo ainda mais em reduzir juros e congelar preços de energia e combustíveis. Boa parte dessas medidas, somada ao descontrole das contas públicas, acabou tendo resultados catastróficos a partir de 2014.

Erros

Na avaliação do deputado federal Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR), a derrocada do PT na área econômica se deve principalmente à incompetência, despreparo e ao fascínio do partido pelo poder. “Eles nunca tiveram um plano de governo, um plano econômico, de desenvolvimento sustentável. Ao chegar ao poder, eles foram improvisando, fazendo alianças espúrias, tanto no parlamento quanto no meio empresarial, na luta para se manter no poder. É evidente que, sem um objetivo transformador e nacional, o fim seria esse”, afirmou.

Para o deputado federal Rogério Marinho (PSDB-RN), a sucessão de erros como o aparelhamento da máquina pública e a falta de tino gerencial causaram o maior desastre econômico do país dos últimos 100 anos.

“Só temos paralelo a uma situação como essa que estamos vivendo na década de 1930, e mesmo assim com menor intensidade. Houve uma série de desastres na economia, perpetrados por um governo que ao mesmo tempo que não tinha capacidade gerencial, aparelhou as agências reguladoras, abriu mão do trato adequado com o recurso público, principalmente no que tange à questão dos fundos de pensão, dos bancos de investimento”, avaliou.

Segundo o tucano, o projeto de perpetuação no poder foi um dos incontáveis erros promovidos pelo PT durante esses 13 anos. “No afã de se eleger, o governo vitaminou programas e projetos de cunho eleitoral e de apelo popular muito além do que o Estado poderia suportar, tendo seu ápice em 2014, com o estelionato eleitoral. Mas ao longo do tempo se negligenciou a questão da infraestrutura no país, o que impediu que tivéssemos uma condição de competitividade com os demais países que também buscam espaço no mercado internacional”, explicou.

Reformas

Apesar do discurso de ética, a gestão petista fez poucos esforços para realizar uma reforma política ampla, preferindo fazer uso de velhos métodos questionáveis para governar, como a divisão de cargos ou o pagamento de subornos. Para garantir o crescimento e sair dessa hecatombe promovida pelo PT, o país precisa agora fazer reformas estruturais de longo prazo que façam com que os gastos parem de crescer mais que as receitas e o próprio Produto Interno Bruto (PIB).

De acordo com Marinho, por falta da capacidade de empreender as reformas política, previdenciária, trabalhista e fiscal, o governo petista se utilizou de propaganda enganosa e fez com que o país não conseguisse avançar durante esses anos.

“Não podemos mais adiar. Essa é uma oportunidade que temos de nos reencontrar com o caminho do crescimento e desenvolvimento econômico, com geração de empregos, de renda e de oportunidades. Espero que o governo do presidente Michel Temer tenha a disposição, como tem sinalizado, de mandar para o Congresso esse conjunto de reformas estruturantes para termos um futuro promissor pela frente”, disse.

O deputado declarou ainda que o impeachment da ex-presidente Dilma se deu em função da necessidade que a população sentiu de virar a página dessa situação que não era sadia para o país. “O PT conseguiu desorganizar a economia brasileira e fazer com que retrocedêssemos nos indicadores econômicos e sociais no mínimo 10 anos. A saída de Dilma do poder tem muito a ver com o conjunto da obra, da série de desastres econômicos e de corrupção promovidos por seu governo. Era uma questão de tempo”, completou.

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