Pernambucano, o ministro reafirmou que Dilma, aos olhos do TCU, “cometeu um crime que está na Constituição” e lamentou o fato de que a Democracia brasileira é “quem mais perde com tudo isso”. José Múcio Monteiro contou que a presidente afastada “nunca foi de dar satisfação a ninguém” porque não é do seu temperamento ser questionada ou censurada. Para ele, a opção da petista foi a de enfrentar a área técnica do Tribunal de Contas em vez de explicar as razões das ‘pedaladas’.
“Antes da crise política, nós estamos passando por uma crise de temperamento de uma pessoa verdadeiramente não vocacionada para a vida pública. Seus votos foram fruto de uma estrutura política montada pelo presidente Lula que a elegeu. Eu lamento muito a gente ter chegado nisso. Quando fizemos o primeiro relatório das pedaladas, eu escrevi que houve dolo, mas não desvio de dinheiro público. Em vez de ela (Dilma) dizer que fez isso para não deixar de pagar Bolsa Família, para não interromper o Minha Casa, Minha Vida, ela disse apenas que não houve e ficou um ano brigando com o TCU. Quer dizer, foi vaidade, soberba, falta de humildade, excesso de autoridade. Ela resolveu enfrentar a área técnica no TCU e deu no que deu”, avaliou.
O ministro acredita que o TCU sairá bem maior de todo esse processo e, agora, “mais conhecido das pessoas”. “Você não pode colocar a culpa no contador pelo fato de sua empresa está quebrada. Nas democracias participativas todos os tribunais de contas têm um papel fundamental, eles são o contador da empresa. Na realidade, Dilma nunca foi de dar satisfação a ninguém. Não é do temperamento dela ser questionada. Não aceita ser censurada. Não aceita ser orientada. Se ela tivesse um pouquinho de humildade, se dissesse que errou, talvez as coisas fossem diferente. Mas, por mais doloroso que seja para a Democracia, aos olhos do contador que é o TCU, cometeu-se um crime que está na Constituição.Quem está perdendo é a Democracia brasileira”.