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Contraste com equipe masculina transforma futebol feminino em xodó olímpico

Foto: Fernando Frazão/ Agência Brasil Rio de Janeiro- RJ, 04/06/2014- Inauguração do Espaço Futebol para Igualdade no Museu da República, com atividades educativas, debates e a exposição Mulheres em campo: driblando preconceitos. Na foto, a jogadora de futebol Marta.

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Fernando Duarte Enviado da BBC Brasil ao Rio de Janeiro

Uma das melhores equipes da competição de futebol feminino da Rio 2016 até agora, a seleção brasileira é cotada com uma das favoritas para uma medalha. Mas a equipe, de certa forma, já parece ter garantido um título na competição: o de xodó do público.

E não apenas por causa da campanha – em três partidas, já marcou oito gols e sofreu apenas um, garantindo passagem para as quartas de final. Marta, Formiga e companhia marcaram pontos com uma postura de humildade que contrasta com a “greve de silêncio” que marcou a equipe masculina.

Um incidente, por sinal, deflagrado pela campanha decepcionante de Neymar & cia – houve empates sem gols contra África do Sul e Iraque, e a seleção ficará fora da disputa se não vencer a Dinamarca nesta quarta-feira, em Salvador.

Neymar foi alvo particular de protestos da torcida, que em vários momentos entoaram um canto dizendo que “Marta é melhor”.

Mesmo assim, a seleção garantiu uma vaga para a próxima fase da competição e foi aplaudida no fim da partida.

E não se trata apenas de diferenças salariais. Em uma entrevista ao jornal britânico The Guardian, a jogadora chilena Dania Cabello relatou a disparidade de mundos que viu no Brasil ao passar um período no Santos, em 2006.

“Durante os treinos, tínhamos que esperar em nossos quartos na hora do almoço. Enquanto os jogadores almoçavam no refeitório, recebíamos bandejas. Era como se recebêssemos sobras”, contou Cabello, lembrando ainda que o time vestia uniformes masculinos usados e precisava treinar nas areias do balneário paulista porque o campo de treinamentos era ocupado por um dos times juvenis do Santos.

Ironicamente, o time foi extinto em 2011, como parte de um pacote de cortes feitos pela diretoria do clube para tentar custear a presença de Neymar – ele acabou sendo vendido pelo Santos ao Barcelona em 2013.

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