A herança maldita legada pelo PT ainda vai nos custar meses, quiçá anos, de sacrifícios. É pesado o fardo que a atual gestão tem de carregar no lombo, e as contribuições que vem dando para mudar – para melhor – as expectativas em relação ao futuro e as perspectivas do país já são um alento e tanto diante do deserto ao qual o Brasil se acostumara com Dilma Rousseff.
Os sinais da braveza da crise se mostram, por exemplo, na séria perda de rendimentos sofrida por quem ainda consegue se manter empregado. Chega a assustar. Os números mais recentes sobre o mercado de trabalho, contidos na Pnad Contínua, indicam que a renda média do trabalhador brasileiro desceu ao menor nível desde fins de 2012, ou seja, em quase quatro anos. Desde o pico, no início de 2015, são quase 5% de perda.
“Não há qualquer dado, qualquer sinal de respiro e recuperação no mercado de trabalho no segundo trimestre, que já deveria apresentar alguma variação positiva ou estabilidade”, sentenciou Cimar Azevedo, o técnico responsável por acompanhar a situação do emprego no país, no dia em que o IBGE revelou que a taxa de desocupação escalou ao recorde de 11,3%.
Com o salário mais curto, resta ao trabalhador apelar para as parcas economias depositadas no banco – isso quando as há. Por mais um mês, os brasileiros tiveram de avançar sobre sua poupança. Pela 16ª vez desde o início de 2015, os saques superaram os depósitos nas cadernetas. Desta vez, em R$ 1,1 bilhão. Nada menos que R$ 97 bilhões já saíram dos cofrinhos desde janeiro do ano passado.
O poder aquisitivo da população também é corroído pela inflação, outro dos presentes que a gestão petista gentilmente deixou de legado para o país. Mesmo com a arrefecida recente, o índice oficial ainda acumula alta de 8,8% nos últimos 12 meses. Enquanto estiver tão elevado, e a torneira de gastos ainda não tiver sido fechada para ajudar a política monetária no combate à carestia, os juros precisarão ser mantidos altos, já avisou o Banco Central.
Este conjunto de situações só reforça a recomendação para que as forças políticas e econômicas imbuídas em resgatar o país remem na mesma direção, ou seja, a que restaura a responsabilidade no trato da coisa pública, o respeito às regras estabelecidas e o equilíbrio entre despesas e receitas.
É este o único caminho para que o crescimento econômico retorne e para que os graves problemas enfrentados hoje pelos brasileiros se tornem parte do passado. Com a farinha pouca, ninguém deveria querer ser o primeiro na fila do pirão.