Coisa de ideia fixa na política.
O deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) peleja dia e noite para não perder o mandato e nem a presidência da Câmara Federal, apesar de o Conselho de Ética ter aprovado ontem parecer que defende a sua cassação, e a clareza da denúncia de seu envolvimento com corrupção e lavagem de dinheiro no esquema bilionário de desvio de recursos da Petrobras, feita pelo Ministério Público Federal.
Cunha tenta se valer da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados e dos aliados em plenário, na certeza (absurda) de que conseguirá reverter todos os obstáculos legais que possam lhe tirar o mandato.
A presidente afastada Dilma Rousseff (PT) caminha nesses mesmos passos.
Acredita que propor um plebiscito para a convocação de uma nova eleição presidencial lhe dará o mandato de volta. Dilma tenta afinar esse discurso dentro e fora do PT, prometendo “um governo de transição”, com “acenos à esquerda” e mudanças na política econômica. Um dos entusiastas dessa situação é o senador Roberto Requião (PMDB-PR) que fala em projetos de “geração de emprego e crescimento do país”.
Ora, pois.
Dilma passou cinco anos e levou a economia da Nação para a sarjeta, como agora, de repente, numa mágica qualquer, vai salvar o Brasil da crise que ela própria provocou? É que, para se livrar do impeachment, a petista está disposta a tudo. Até mesmo a escrever uma carta pública com autocrítica de seu governo, e dela própria.
Em comum, Dilma e Cunha se agarram com unhas e dentes ao poder.
Aqui fora, brasileiros amargam o legado do governo petista com uma inflação descontrolada e o desemprego crescente, e nenhuma perspectiva de melhora a médio prazo com o governo interino de Michel Temer.
A quem recorrer?
*Eliane Aquino é filiada ao PSDB Mulher-AL