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Rombos nos fundos de pensão preocupam contribuintes e espalham vítimas pelo país

A contribuição extra que pode recair sobre os pensionistas da Postalis, fundo de pensão dos Correios, é o pesadelo dos que buscam uma aposentadoria sossegada. Isso porque o rombo acumulado no fundo previdenciário – um dos quatro principais das estatais do país – é bilionário. A previsão é de que o prejuízo de mais de R$ 5 bilhões seja distribuído entre servidores e participantes do fundo.

Em 2015, o rombo registado nos fundos de pensão estatais Postalis, Funcef, Previ e Petros, ultrapassou os R$ 46 bilhões. O déficit é consequência da má gestão imposta ao longo de 13 anos de governos do PT nos fundos, com ênfase no aparelhamento político e na falta de administração dos recursos reunidos pelas previdências complementares.

O analista de Correios sênior, Adriano Aquino, trabalha na empresa há 44 anos, e há pelo menos 35 contribui com a Postalis. Ele lamenta pela falta de governança e profissionalismo na gestão dos fundos, e atribui as falhas às influências políticas nessas entidades.

“Isso é a questão da governança. O que está escrito é razoável, só que na prática não acontece. Os dirigentes dos fundos de pensão e conselhos fiscais e deliberativos são, invariavelmente, decisões políticas, muito mais do que decisões técnicas, e isso possibilita toda uma série de desmandos. E as consequências são essas que vemos, monstruosas.”

O funcionário dos Correios, que é também presidente da Associação Nacional dos Participantes do Postalis, questiona o equacionamento da dívida, já que grande parte do valor é fruto de fraudes recém-descobertas pela Polícia Federal, e não de débitos dos contribuintes. Diante da aprovação de urgência para votação na Câmara dos Deputados de projeto que cria novas regras para gestão desses fundos, relatado pelo PSDB, Adriano espera que os parlamentares aprovem regras que evitem a má administração e os consequentes prejuízos aos pensionistas.

“A gente espera que nos ajudem a que haja uma governança em que tenha participação efetiva e legal dos participantes e assistidos. Acho que só assim a gente vai minimizar os prejuízos dos fundos de pensão e evitar futuras malversações”

Pelas regras de profissionalização e transparência que constam do projeto de Lei dos Fundos de Pensão, parlamentares que apoiam a proposta esperam tais entidades sejam blindadas de interesses estritamente políticos e ilícitos. A expectativa é que a proposta do PSDB seja analisada esta semana pelo plenário da Câmara.

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