De acordo com o jornal Folha de S. Paulo desta terça-feira (14), o corte atinge contratos com validade de um ano que teriam sido firmados pouco antes do afastamento da petista e englobam repasses de administração direta, como ministérios, e indireta, como empresas e bancos estatais. A verba deverá ser distribuída entre outros veículos.
“Como é impossível obter essa representação ideal [da multiplicidade de opiniões], o governo definiu como prioridade somente produtos que tenham cunho jornalístico, de interesse público”, afirmou o Planalto.
Na avaliação do deputado federal Nilson Leitão (PSDB-MT), o dinheiro público foi “mal usado” durante o governo Dilma e a medida tomada pelo Palácio do Planalto foi um “grande favor” feito ao país. “O PT esqueceu que o verdadeiro objetivo do recurso de comunicação da União é fazer peças publicitárias que sejam explicativas, orientativas, grandes campanhas. O dinheiro de comunicação é público, como o da saúde ou da educação, e deve ser usado de forma equilibrada para o Estado, jamais para um partido ou para uma pessoa”, disse.
Para o tucano, o PT prestou “mau exemplo” no tratamento à imprensa, transformando o uso da publicidade em cunho partidário. “Durante todos esses anos, muitos sites Brasil afora não recebiam para fazer notícia, mas sim para falar bem do PT e da presidente Dilma. Essa foi a distorção e o crime cometido, dentre tantos outros, pela gestão petista. Eles usaram dinheiro público em beneficio próprio, para que esses segmentos apenas defendessem o governo e criticassem seus adversários”, completou.
Segundo a reportagem, os R$ 11,2 milhões teriam sido resultado de um primeiro pente fino, sobre contratos mais recentes, e novos bloqueios poderão acontecer. Paralelamente, o Tribunal de Contas da União (TCU) vem fazendo uma auditoria nos gastos com publicidade de 2015/2016.
O valor bloqueado até agora, na verdade, é irrisório perto dos dispêndios anuais com publicidade federal. Em 2015, o total gasto pelo governo Dilma, sob comando da Secretaria de Comunicação Social da Presidência (Secom), foi de R$ 1,86 bilhão. A maior parte foi para TV, R$ 1,23 bilhão.