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STF encaminha pedido de inquérito contra Jaques Wagner para Moro

wagner2-300x204Brasília (DF) – O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Celso de Mello enviou para o juiz Sérgio Moro, responsável pelos processos da Operação Lava Jato na primeira instância, o pedido de abertura de inquérito contra o ex-ministro da Casa Civil do governo da presidente afastada, Dilma Rousseff, Jaques Wagner. Após perder o cargo de ministro, Wagner deixa de ter direito ao foro privilegiado. Com isso, a investigação não está mais a cargo do Supremo.

Segundo o jornal O Globo desta sexta-feira (10), o pedido de abertura de inquérito foi enviado de forma oculta pela Procuradoria-Geral da República (PGR) ao STF. Com a resolução assinada há duas semanas pelo presidente do tribunal, ministro Ricardo Lewandowski, proibindo esse tipo de sigilo, Celso de Mello tornou o caso público.

Para o deputado federal Duarte Nogueira (PSDB-SP), a remessa do pedido de inquérito é “justa” e baseada na lei. “Independentemente de ter sido ministro ou não. A lei é para todos, não importa. Do ponto de vista da Justiça, é algo que tem que ser feito. Agora, Wagner terá de prestar contas diretamente com Moro”, afirmou.

Jaques Wagner foi ministro da Casa Civil e, depois, da Secretaria de Governo até a presidente Dilma Rousseff ser afastada do cargo, pelo Senado, no processo de impeachment. O pedido de transferência das investigações para a primeira instância foi feito pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot.

Ainda de acordo com a reportagem, Wagner divulgou nota dizendo que foi surpreendido pela decisão porque o caso dele não tem relação com a Lava Jato e, portanto, para ele, não deveria ser remetido a Curitiba.

O tucano chamou atenção para a contradição do PT, que, ao longo dos anos, tentou sustentar sua honestidade e, no entanto, se viu envolvido em “sérios” casos de corrupção. “Lamentamos o fato de o PT, que sempre se dizia o mais decente partido brasileiro, ter sido um governo que só produziu escândalos e problemas para o país. Infelizmente, deixaram o Brasil em uma situação muito difícil”, disse.

Delação

Em delação premiada, o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró afirmou que a campanha de Wagner para o governo da Bahia em 2006 recebeu recursos da comercialização de petróleos e derivados no mercado internacional por intermédio do ex-presidente da estatal José Sérgio Gabrielli.

Segundo Cerveró, Wagner “teve participação decisiva na indicação de Gabrielli para a presidência da Petrobras”. “Ambos integravam a chamada ‘República dos Caranguejos’, ao lado do ex-governador de Sergipe, Marcelo Déda, e o senador Humberto Costa”, disse.

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