Por Eliane Aquino
O Tribunal de Contas da União (TCU) analisará na próxima quarta-feira, 15, relatório da área técnica do órgão com 17 indícios de irregularidades nas contas de 2015 da presidente afastada Dilma Rousseff (PT), inclusive com um novo registro de operação de crédito vedada pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). Segundo os técnicos, o conjunto de problemas aponta na direção de um parecer pela rejeição das contas, o que repetiria o ocorrido com as de 2014.
O relatório foi encaminhado ao ministro José Múcio, relator das contas da petista no ano de 2015.
Entre as supostas irregularidades, estão pedaladas com o Plano Safra no Banco do Brasil e com auxílio em juros de financiamento do BNDES.
A primeira pedalada envolve um montante de R$ 5,8 bilhões, a segunda, R$ 8 bilhões, conforme o documento, além de decretos de créditos suplementares também irregulares. Os técnicos apontam ainda uma operação de crédito supostamente irregular envolvendo o Banco da Amazônia, que tem a União como maior acionista. O Tesouro se comprometeu a aumentar o capital do banco em R$ 1 bilhão, com depósitos em dinheiro, cujo aporte teria ocorrido com títulos públicos.
Tipo, o banco fez uma operação compromissada para vender os títulos, obter o dinheiro e recomprar os títulos em um dia. A interpretação dos auditores é que a instituição financeira acabou pegando um empréstimo para cobrir obrigação que era da União, o que é vedado na LRF.
Outra irregularidade listada é a falta de repasse pela Infraero de R$ 513 milhões ao Fundo Nacional da Aviação Civil, que se destina a obras de infraestrutura aeroportuária. A estatal estaria usando o dinheiro em despesas correntes.
Enquanto isso, Dilma viaja pelo país, dá entrevistas à imprensa e visita obras de seu governo, a martelar a tese do golpe, a ligar Cunha a Temer, e a pregar honestidade pessoal e compromisso político com a pobreza no país. Tenta angariar simpatia à sua causa e criar uma nova imagem de líder política para ela.
Não é fácil.
O processo de impeachment, a corrupção da Petrobras em suas campanhas eleitorais de 2010 e 2014 e em seu governo, segundo delatores na Lava Jato, e, sobretudo, a crise econômica que a sua gestão impôs ao Brasil, com quase 12 milhões de desempregados e várias empresas falidas, não permitem que a Nação volte a ter confiabilidade em Dilma e muito menos em seu partido, o PT.
A propósito, a bem da verdade, na política brasileira de hoje, em quem mesmo confiamos?
(Informações de O Globo)