“A confiança foi o principal a trazer a economia para baixo. As incertezas relacionadas ao tema fiscal levaram investidores e consumidores a ficarem mais cautelosos, o que derrubou a demanda interna de uma forma bruta. Por isso, na medida em que se apresenta sinalização melhor na área fiscal, a confiança começa a ser retomada e isso tem impacto importante sobre o consumo e o investimento”, argumentou Molan, que também apontou o setor externo como um importante fator para o crescimento econômico do país.
Molan também afirmou que diversos indicadores do mercado financeiro apontam para recuperação na atividade em um médio prazo. À reportagem do Valor, ele ressaltou a alta de 30% da Bolsa desde o início do ano, a queda na taxa longa de juros de 2022, a difusão da indústria durante o primeiro trimestre e o crescimento da exportação de itens manufaturados como sinais positivos para o país. Mas o fator mais impactante, segundo o economista, é o comprometimento com ajuste fiscal sinalizado pela equipe do presidente em exercício Michel Temer.
“Do início do ano para agora, mudou a perspectiva em relação à administração de contas públicas. Isso está refletido no risco-país, está refletido no dólar, que veio de R$ 4 para R$ 3,50, e no juro. Alguns outros temas são também importantes, como a percepção do mercado de que a inflação está em queda e, portanto, haverá espaço para redução de juros, e também a percepção de que há um impulso externo importante, que vai levar a um processo de aumento das exportações e substituição de importações. Mas o mais importante é a visão fiscal. Se isso se reverte, a recuperação deixa de ocorrer”, analisou.
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