Ainda hoje percebe-se que o povo negro permanece subjugado à tirania da escravidão, criada pela opressão do forte contra o fraco.
Não muito distante, o português fez do africano e de seus descendentes equipamentos inconscientes do trabalho. Também o fez de instrumento de produção, sem a devida retribuição financeira; pelo contrário, torturando aqueles seres humanos com toda a espécie e forma de vexames, os humilhavam e tiravam-lhes a dignidade.
O Brasil é um país cheio de riquezas, mas com a sua economia em declínio e com escassez de trabalho e, consequentemente, de renda. É também o país com um dos maiores
níveis de homicídio de jovens pretos, pobres e da periferia. Essa parcela da população também tem destaque no desemprego. Assim, vislumbra-se que a maior vítima desse estado de coisas é o povo negro.
São resquícios da era escravocrata, cujos personagens deste maldito – e ainda não recuperado teatro – vieram Cambinda, Benin, Egbá, Congo, Galinha, Aussá, Oondô Nagô, Gimun e outros países africanos.
Sem a participação ativa do negro escravizado, a colonização do Brasil seria impossível, porque à época da escravidão declarada e realmente visível, só o africano era obrigado ao trabalho, arando as terras e colhendo as sementes, até porque naquele momento, todos os outros olhares eram voltados para a busca do ouro.
Nos dias atuais, a situação persiste, porém de forma sutil e um pouco menos perversa. O Brasil tem uma intelectualidade negra como poucos países têm, mas insiste em não reconhecê-la e, por isso, não oferece oportunidade para que esse seguimento brasileiro demonstre o seu potencial.
No entanto, nós, enquanto organização política partidária, vimos envidando há muito tempo esforços para que a inclusão desse povo que construiu a economia desta grande nação seja incluído da forma mais ampla e diversificada no contexto da evolução sócio-econômica-financeira-político partidária brasileira, até porque, somente assim teremos uma democracia propriamente dita.
É o negro ocupando espaços de poder nos Três Poderes da República. É uma das nossas metas.
Em assim acontecendo, saudaremos o 13 DE MAIO. Por enquanto ainda não. Saudamos, sim, o povo negro brasileiro porque também é um povo deste país.
Nosso labor diário é no sentido de que ofereçamos tratamento igual a todos os cidadãos brasileiros, sem qualquer distinção, nos termos que preceituado no artigo 5º da nossa Constituição da República Federativa do Brasil.
Continuamos sendo mais uma vez pela nossa total liberdade, que por si só, se soma com a dignidade e honestidade.
É o pensar de hoje 13 de maio de 2016.
Luislinda Valois é a primeira mulher negra do Brasil a alcançar o cargo de juíza. Atualmente é presidente do Tucanafro da Bahia.