O relacionamento de Mantega com o empresário Victor Sandri, da empresa Cimento Penha, que conseguiu reverter multas no valor de R$ 106 milhões em uma votação no Carf, é o alvo principal das investigações. O conselho é subordinado ao Ministério da Fazenda. As informações são da matéria publicada nesta segunda-feira (9) pelo jornal Folha de S. Paulo.
O deputado federal Max Filho (PSDB-ES) elogiou o trabalho da PF e ressaltou que a publicidade das investigações é benéfica para o combate à impunidade. “É um trabalho exemplar dos investigadores que contribui para que novos ilícitos não aconteçam. Não há de se falar em condenação precipitada de qualquer dos envolvidos, mas a descoberta desses esquemas de corrupção é um fato político relevante que deve ser analisado a fundo”, disse.
O tucano ressaltou que a condução coercitiva do ex-ministro é um sinal claro de que as instituições democráticas estão funcionando corretamente e destacou que a transparência é uma das soluções para se combater definitivamente as ilegalidades dentro do mundo político.
“A democracia é um estado de permanente construção. Há ainda na política brasileira um velho patrimonialismo entranhado que precisa ser combatido. É necessário que exista uma transparência maior entre para que as instituições da república possam conjugar os princípios da Constituição Federal, especialmente o da moralidade” concluiu.
Os sigilos bancário e fiscal de Mantega foram quebrados, em novembro do ano passado, pelo juiz Vallisney de Souza Oliveira, responsável pela Zelotes. O magistrado acolheu um pedido do Ministério Público Federal (MPF) em que procurava investigar a extensão do relacionamento entre o Sandri e o ex-ministro.
A operação investiga casos de corrupção em que empresas pagariam propina para obter vantagens em julgamentos no Carf, que analisa autuações milionárias da Receita Federal.
Na sétima fase da Operação, já foram cumpridos 28 mandados, entre busca e apreensão, condução coercitiva e oitivas, em cinco Estados.