O próximo passo para Dilma deixar o governo será a votação do relatório no plenário da Casa, o que deve acontecer na próxima quarta-feira (11). Para que o impeachment seja aprovado, são necessários votos de 41 senadores, a maioria simples do total de 81 congressistas. Após a aprovação, Dilma será notificada e deve deixar o cargo de imediato. Nos 180 dias em que ficará afastada do Palácio do Planalto, o Senado vai se dedicar ao julgamento em definitivo do afastamento de Dilma, analisando o mérito das denúncias que pesam sobre a petista.
O plenário deve replicar a decisão da comissão, já que mais de 50 senadores se declararam publicamente favoráveis ao impeachment. Pelas regras do Senado Federal, a votação no plenário só pode ocorrer na semana que vem devido ao prazo necessário de 48 horas de intervalo entre a aprovação na comissão e a análise de toda a Casa Legislativa.
Durante a votação na comissão, o líder do PSDB, senador Cássio Cunha Lima (PB) lembrou que o Senado comemora 190 anos e que Casa “não faltará ao povo brasileiro”.
“O processo de impeachment é traumático, doloroso e complexo. Os doutrinadores assim afirmam, e todo esse processo vivido até aqui não foge à regra. É com extrema responsabilidade e elevada honra na condição de líder do PSDB que encaminharemos pela aprovação do relatório do senador Anastasia”, disse.
“A partir de agora viveremos uma nova etapa. A presidente da República será afastada de suas funções temporariamente para que possamos julgar o mérito com a mesma serenidade e com o mesmo compromisso com o Brasil. O nosso povo estará nas ruas, não estará recolhido em suas casas e panelas areadas estarão prontas para manter a vigilância sob os nosso mandatos e sobre as decisões que aqui estaremos tomando”, acrescentou o líder sobre os próximos passos da política brasileira.
Dilma é acusada de ter cometido crime de responsabilidade e de improbidade administrativa, por não ter punido subordinados no escândalo da Petrobras, e também por ter aumentado gastos que não estavam no Orçamento, sem autorização do Congresso, quando já sabia que o governo terminaria o ano de 2014 com déficit.