As informações são de reportagem do jornal Correio Braziliense (05/05). Segundo Otávio Azevedo, em 2008, o ministro da Secretaria de Governo, Ricardo Berzoini, e o ex-tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, pediram “de forma bastante clara” que uma taxa de 1% do valor do contrato de todas as obras do governo fosse repassada ao partido. Os pagamentos deveriam ser retroativos a 2003, início do governo Lula, e ser feitos regularmente daquele ano em diante.
De acordo com o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, as delações dos executivos da Andrade Gutierrez batem com as acusações feitas pelo ex-líder do governo, senador Delcídio do Amaral, e pelo ex-diretor da Área Internacional da Petrobras, Nestor Cerveró. De 2009 a 2014, a empreiteira doou cerca de R$ 94 milhões ao PT de forma registrada. Otávio Azevedo estima que R$ 40 milhões foram referentes a propinas.
Em sua delação, o ex-presidente da Andrade Gutierrez também contou que o ex-ministro da Casa Civil, Antônio Palocci, e um dos homens de confiança da presidente Dilma Rousseff, Giles de Azevedo, pediram a ele para pagar uma dívida com a agência de publicidade Pepper, que atuou na campanha de Dilma de 2010.
Ele disse ainda que Palocci e a ex-ministra da Casa Civil Erenice Guerra “teriam atuado de forma decisiva” no esquema ilícito relacionado à Usina de Belo Monte.