Esse princípio se aplica com perfeição ao lulopetismo, decidido a “incendiar o país” e a “não dar trégua” ao sucessor de Dilma Rousseff, o vice-presidente Michel Temer, que assumirá o governo quando o Senado – e isso deve ocorrer nos próximos dias – decidir pelo julgamento dela.
Afastada por até 180 dias enquanto é julgada, como determina a Constituição, dificilmente Dilma voltará ao cargo. E se encerrará, assim, de forma melancólica, o lulopetismo, que não sobreviverá sem o exercício do poder. O poder ilimitado e sem escrúpulos, como se dedicou a perseguir todo o tempo.
Dilma, o desastre absoluto, como a qualificou um jornal paulista, não apenas foi o mais eficiente instrumento do PT para por abaixo a sólida estrutura econômica erguida às duras penas pelos governos anteriores – ela agora quer ser a ponta de lança do esforço, traçado pelo ex-presidente Lula, de impedir a reconstrução do país.
Sua primeira missão, e nisso ela está se saindo muito bem, é comprometer mais ainda as finanças públicas. O “pacote de bondades” que inclui, entre outras medidas, o reajuste do Bolsa Família e da tabela do Imposto de Renda, é o estopim da bomba de efeito retardado que deixa ao sucessor. Registre-se que essas iniciativas não têm lastro orçamentário, o que afronta a Lei de Responsabilidade Fiscal e a Constituição.
Enquanto as centrais sindicais e “organizações sociais” subornadas pelo PT e ou alinhadas ideologicamente ao partido tumultuam a vida nacional com bloqueios de ruas e rodovias e invasões de fazendas e prédios públicos, Dilma orienta os assessores a negarem informações à equipe de Temer. Pretendem, assim, deixá-lo na penumbra quando assumir o poder.
A sabotagem é ainda mais ousada: Dilma prepara proposta de emenda constitucional antecipando para outubro deste ano as eleições para a Presidência da República! Antecipar as eleições teria sido uma boa saída para a crise antes do início do processo do impeachment. Sou autor de uma proposta nesse sentido. Mas, uma vez em andamento o processo e tendo-se como certo o impeachment de Dilma, mudar as regras do jogo agora seria conceder salvo conduto para a presidente deixar de forma menos humilhante o cargo e abrir caminho para a candidatura de Lula antes de uma eventual condenação pela Lava Jato e outras frentes nas quais é investigado.
Antecipar as eleições, como quer Dilma, equivale ao boxeador levado às cordas e já grogue de tanto apanhar que pede para que a luta seja encerrada antes do tempo, sem a sua merecida desclassificação, e outra marcada para que possa voltar ao ringue recuperado das feridas.
A proposta de Dilma é uma tentativa de sabotar o seu destino e a punição que a Nação espera lhe aplicar, abreviando, por meio do Congresso, sua desastrosa permanência no cargo. E de expulsar pelas portas dos fundos seu mentor Lula e o PT, o partido que institucionalizou a corrupção, a mentira, a ameaça.