“A questão de participar de governo depende do presidente, não depende do PSDB. Ele tem que tomar as decisões dele, montar a equipe. Estou vendo pelos jornais, não sei. O quadro do PSDB, acho eu, não deve se negar. Tem que ver para fazer o quê? Esse não será um governo do PSDB. A meu ver, não deve ser governo de nenhum partido, não pode ter a cara de um partido. Vou chamar de emergência nacional. E quem vai se negar a ajudar o Brasil numa emergência? Mas os passos iniciais são de quem vai assumir o poder, se for assumir”, disse o tucano.
Fernando Henrique disse que a agenda a ser proposta caso a presidente Dilma Rousseff seja de fato afastada deve ter como total prioridade o Brasil que vive uma “situação grave” em meio às crises política e econômica.
“Nesse momento, temos que pensar no país, a situação é grave. A situação econômica é quase desesperadora. A social também. Desemprego, mal-estar em vários setores. Temos que olhar o Brasil. Acho que, se houver o impeachment, o novo presidente tem que pensar, em primeiro lugar, no país. E ele, como presidente, terá que dar os passos necessários. Nosso sistema é presidencialista, não é parlamentarista. Não é um sistema dos partidos e do Congresso, é o presidente da República que tem que assumir perante o país a responsabilidade”, ressaltou FHC
Depois de se encontrar com o presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, na capital paulista, Fernando Henrique destacou que um possível governo de Temer deve buscar a união de forças para tirar o país da crise, algo que Dilma não fez.
“Estamos dando uma contribuição no sentido de dizer: ‘essas são as condições mínimas que achamos necessárias para o Brasil sair da situação em que está’. Mas a responsabilidade será do futuro presidente e lamento que a atual presidente não tenha feito isso, não tenha chamado o país, convocado o país para, unidos, sairmos da crise. Esse é o momento”, avaliou.