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‘O que sofri foi violência de gênero’, afirma juíza agredida em São Paulo

Entrevista. Tatiane Moreira Lima

Magistrada atacada no Fórum do Butantã, na zona oeste, acredita que o agressor não teria a mesma atitude contra um homem

Alexandre Hisayasu – O Estado de S. Paulo

05 Abril 2016 | 03h 00

‘Agora me sinto mais motivada para lutar pelos direitos das mulheres’, diz juíza

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SÃO PAULO – A juíza Tatiane Moreira Lima, de 37 anos, ganhou flores e o apoio de magistrados de todo o País na volta ao trabalho, nesta segunda-feira, 4, no Fórum do Butantã, na zona oeste da capital. E recebeu a promessa do presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), Paulo Dimas, de que a segurança do prédio será reforçada nos próximos dias.

Na semana passada, ela foi feita refém e agredida por um homem que responde a processo criminal na Vara de Violência Doméstica, coordenada por ela, por suspeita de agredir a ex-mulher. Alfredo José dos Santos, de 36 anos, ameaçava incendiar a magistrada depois de jogar gasolina e um produto químico nela.

Acabou preso por policiais militares em um momento de distração. Ele vai responder por tentativa de homicídio, dano e resistência e pode pegar até 20 anos de prisão.

Casada com um promotor de Justiça e mãe de dois filhos, uma menina de 6 anos e um menino de 3, Tatiane tem nove anos de carreira e está desde 2012 à frente da Vara de Violência Doméstica. Em entrevista ao Estado, ela disse que saiu do episódio “mais forte e determinada a lutar pelos direitos das mulheres vítimas da violência doméstica”. E ressaltou que sente apenas compaixão por Santos. “Ele tentou resolver um problema da pior maneira possível.”

A senhora se lembra de como foi a sequência de ação do agressor naquele dia?

Eu estava me preparando para a audiência no gabinete. De repente, ouvi um estrondo seguido de um tiro. Eu me levantei e fui até a porta para ver o que estava acontecendo, quando apareceu o agressor e me segurou pelo pescoço. Ele me esganava com muita força. Em seguida, pôs gasolina e um produto químico no chão e me jogou. Passou a esfregar o meu corpo contra aqueles produtos, tirou o isqueiro e passou a dizer que estava ali para matar ou morrer. Foi ali que eu pensei que ele poderia me matar. E, a todo momento, ele me ameaçava de morte.

Leia a íntegra.

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