31/03/2016 13h27 – Atualizado às 15h08
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso afirma que o impeachment da presidente Dilma Rousseff “é um remédio constitucional” e defende a continuidade e autonomia das investigações da Operação Lava Jatoem um eventual governo Michel Temer, hoje vice-presidente da República.
“Precisamos olhar o dia de amanhã. Não é só o processo de impeachment, mas o que vem depois. O preço de um acordo não pode ser acabar com a Lava Jato”, afirma o tucano.
O ex-presidente defende que, com a deposição de Dilma, haja um “grande consenso nacional”, indicando que o PSDB participe do governo Temer, se colocando como “o partido da construção do futuro do país”. Segundo ele, no entanto, para que a composição prospere, a Lava Jato tem de se manter intacta.
“A Lava Jato é parte do processo democrático brasileiro. Ela vai continuar, mas dentro da regra. Se houver abusos, há tribunais de conter esses abusos, mas é importante que ela continue”, afirma.
Em vídeo gravado para o novo site do ITV (Instituto Teotônio Vilela), que entrou no ar nesta quinta-feira (31), FHC diz que o processo de deposição da presidente “não tem nada a ver com golpe” e, diante da “incapacidade do governo de governar” e de “flagrantes abusos que ferem a Constituição “, “infelizmente não resta outro caminho senão marcharmos para o impeachment”.
“Quando há apoio na sociedade, maioria no Congresso e base jurídica, vai para o impeachment”, diz.
Nesta quarta-feira (30), durante o evento de lançamento da terceira fase do Minha Casa, Minha Vida, a presidente Dilma Rousseff, reconheceu que o dispositivo do impeachment está previsto na Constituição Federal, mas ressaltou que pedir a perda de mandato presidencial sem crime de responsabilidade “é golpe”.
FHC também reafirma que o processo de impeachment é político, e não penal. “As pessoas que sofrem eventualmente impeachment não são criminosas, não têm penalidade, não se trata de um processo penal. É um processo político, da incapacidade demonstrada pelo governo de governar e, para tentar governar, infringir a constituição. É por isso que o PSDB deve marchar unido para o impeachment”.
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