No mês de Março do ano de 2016, na condição de prefeita, participei de muitos eventos em Abaetetuba e no estado do Pará não apenas para comemorar o dia internacional da mulher, mas para lembrar esta data que é símbolo da luta feminina.
Durante todo este mês, pessoas e instituições organizaram debates e reuniões para discutir o tema da igualdade de gênero, pois apesar das mulheres possuírem, atualmente, níveis de escolaridade superiores ao masculino e de estarem cada vez mais presentes no mercado de trabalho, ainda sofrem, em muitos locais, com salários baixos, violência masculina, jornada excessiva de trabalho e desvantagens na carreira profissional. Porém, em nenhum âmbito da vida social a participação de mulheres e homens é tão desigual como no exercício do poder. A participação das mulheres na política institucional , seja à frente dos sindicatos, partidos políticos ou em cargos eletivos ainda é tímida. Porém, não podemos deixar de reconhecer que tivemos muitos avanços. O dia 24 de fevereiro de 1932 foi um marco na história da mulher brasileira. Nesta data foi instituído o voto feminino. As mulheres conquistavam, depois de muitos anos de reivindicações e discussões, o direito de votar e serem eleitas para cargos no executivo e legislativo. Hoje, embora já tenhamos mulheres governando vários municípios do nosso país, ainda somos a minoria, pois mesmo com todos os avanços, nós mulheres, ainda sofremos com o preconceito e opressão quando decidimos fazer política não como coadjuvantes, mas como protagonistas da história. Muito ainda há para ser modificado para garantir a igualdade de gênero. É preciso pensar e garantir políticas públicas que levem ao empoderamento de mulheres, e a discussão da divisão do poder na família e na sociedade. Não basta a política de cotas partidárias, pois o resultado das últimas eleições mostrou que as cotas não são suficientes para mudar essa realidade.
A luta de mulheres que não tiveram medo de se expor, de avançar, de desbravar e de ousar contribuiu para que hoje em nosso país fosse conquistada a participação feminina na iniciativa privada, na justiça e na política dividindo com os homens os espaços de poder. Porém nós, mulheres que ocupamos o espaço de poder, sabemos quantos e quais são os entraves que impedem que outras mulheres participem da política. A falta de acesso a direitos, como uma creche digna para matricular os filhos, ou o preconceito enfrentando dentro da própria família faz com que muitas mulheres acreditem que “a política e coisa para os homens”.
Hoje no comando da cidade de Abaetetuba agradeço aos homens e mulheres que elegeram a mim para guiá-los rumo á cidadania numa cidade que cresce e progride a cada dia.
A nós, homens e mulheres que pensam e executam as políticas públicas neste país cabe a honrosa tarefa de lutar por uma sociedade justa e democrática onde não haja predomínio da força, do preconceito e da violência e sim da igualdade de direitos para todos.
E por estarmos às vésperas de eleições municipais convido as mulheres a se filiarem e participarem do desafio de concorrer a cargos no executivo e no legislativo, afinal a política ê uma palavra feminina.
Sigamos em frente!!!
*Francinete Carvalho é prefeita, pela segunda vez, de Abaetetuda no Pará, e pertence ao PSDB Mulher.