Na transcrição da conversa entre os dois, divulgada em matéria publicada hoje (17) pelo jornal O Globo, Lula chama de “coxinhas” os manifestantes contra o governo do PT e afirma que caso eles aparecessem na porta de sua residência, seriam agredidos. Vavá responde chamando os manifestantes de “babacas”.
O diálogo entre o petista e Vavá reforça o discurso de incitação à violência que tem se mostrado comum entre os militantes pró-PT. Vale lembrar, como afirma a reportagem, que incentivar diretamente as classes sociais à luta pela violência é crime previsto pelo Códio Penal brasileiro.
O deputado federal Samuel Moreira (PSDB-SP) considera o ex-presidente Lula uma pessoa despreparada no trato com a população. “Lula fica adjetivando as pessoas de acordo com o que ele pensa, que está muito longe do raciocínio do conjunto da sociedade. Ele parte para o campo da imoralidade”, disse.
Moreira critica a forma como o petista se porta diante das recentes revelações. “Ele se acha acima da lei, ele se acha diferente dos outros, ele desqualifica as instituições e não compreende esse processo todo. Ele está completamente desesperado”, afirmou.
Sobre o conteúdo das interceptações telefônicas feitas pela PF, o tucano se diz surpreso e afirma que elas são “um barril de gasolina em uma fogueira”. “Lula está incendiando o país. Ele que ir para a radicalização. O país está pagando um preço altíssimo. Enquanto ele fica tentando manobras para burlar a Justiça e enganar a população, o país paga o preço com o desemprego, com a inflação alta, com a economia caindo, com os juros altos, com a falta de investimento, com empresas fechando”, observou.
O parlamentar faz um alerta sobre a urgência das circunstâncias. “É preciso definir essa situação e sair desse impasse. E só há uma forma de sair desse embaraço: é votar o impeachment. A democracia exige que se faça isso. Se ela cometeu crimes de responsabilidade ela tem que ser julgada por isso.”
O deputado avalia como perigoso o diálogo revelado entre Dilma e o ex-presidente, no qual a presidente confirma que nomeou Lula ministro às pressas para ele obter foro privilegiado e escapar do julgamento pelo juiz Sérgio Moro. “É uma conversa que revela uma presidente disposta a se associar a alguém que está sendo investigado para ajudá-lo a barrar os trabalhos da Justiça. Essa é uma conversa grave que deve gerar uma atitude urgente”, concluiu.
Nos diálogos divulgados no relatório da PF, constam conversas telefônicas entre a presidente Dilma Rousseff e Lula em que tratam sobre o termo de posse do ex-presidente na Casa Civil. Em outros trechos do monitoramento, também aparecem supostas tentativas de influência no Ministério Público e no Judiciário.