Em 1857, as operárias têxteis de uma fábrica de Nova York, entraram em greve, ocupando as dependências da fábrica, para reivindicarem a redução de jornada de trabalho de mais de 16 horas por dia para 10 horas.
Estas operárias, que percebiam menos de 1/3 do salário dos homens, foram trancadas na fábrica onde, se declarava um incêndio, e cerca de 130 delas morreram carbonizadas.
Em 1910, na Dinamarca, em Conferência Internacional de Mulheres, foi decidido, em homenagem àquelas mulheres, comemorar o dia 8 de março como ”O Dia Internacional da Mulher”. Sem dúvida, o incidente ocorrido em 25 de março daquele ano, marcou a trajetória das lutas feministas ao longo do século XX.
Na história do movimento feminista brasileiro, a participação politica não institucional, precede a institucional.
Apesar da luta da mulher por seus direitos, remontar à períodos longínquos, é no Brasil republicano que a participação feminina, vem se concretizando através de leis e criação de organismos específicos governamentais e não governamentais.
As mulheres brasileiras, numa luta desigual, numa sociedade marcadamente representada pelo homem, vem conquistando espaços, como o direito ao voto, constituição de 1934, criação de centros de mulheres, secretarias públicas especiais na questão feminina; avanços significativos, já marcando a constituição de 1988, a exemplo da licença maternidade, igualdade salarial, os partidos políticos são obrigados a garantir, 30% de candidatas, entre outros.
A mulher, apesar de hoje, ser a maioria da população, ocupar o maior número nas escolas, inclusive nas universidades, ter o direito de votar e ser votada, já ocupar cargos públicos, a exemplo da Presidência da Republica, ainda é pequena a participação feminina nos cargos de comando e também enfrenta uma luta bastante árdua, para conquistar o respeito e a verdadeira participação igualitária que os homens ocupam.
Ainda em pleno século XXI, a forca da violência, deixa sequelas, como no caso Maria da Penha, símbolo de força, garra, de vontade de viver, como se refere na canção “Maria, Maria” de Milton Nascimento.
A discriminação e o preconceito tem marcado a trajetória do processo de emancipação das mulheres no nosso país. É importante lembrar que a revolução mais difícil de ser realizada e sem dúvida nenhuma a cultural, pois a ruptura de costumes, de concepções existentes ao longo dos séculos, não se faz em décadas. São mudanças que acontecem gradativamente, principalmente quando é acentuada pelo domínio econômico do homem, como provedor, portanto senhor da situação.
Educação diferenciada, para homens e mulheres, concepções de subalternidade nas tradicionais historias infantis, como cinderela que encontra um príncipe forte, os meninos brincam na rua, jogos de futebol, iniciação sexual até a própria escola reproduz esses modelos nas suas atividades e no conteúdo de seu material didático.
A discriminação, o preconceito e a concepção errônea são observados no cotidiano, a exemplo de:
* Mulher precisa ser boa dona de casa, saber prendas domésticas.
* As meninas estudam em turmas separadas dos meninos;
* A mulher deve fazer “curso feminino”;
* A virgindade cobradas das mulheres, como parte do caráter feminino – ser decente;
* Casamento sem amor, determinado pelo família;
* As tarefas domésticas são de responsabilidades da mulher;
* Mulher direita não usa calça comprida;
* Menino homem não chora;
* A mulher não paga conta, o homem e quem banca tudo;
* Amélia que era a mulher de verdade;
Enfim uma mulher para ser forte, decidida, independente financeiramente, entre outras coisas é tachada de mulher macho.
Equívoco que deve ser banido, pois a mulher corajosa, inteligente, deve ser amorosa, sensível, sem jamais perder a ternura (Che Guevara), assim podem dizer que ela é Mulher! Mulher!
*Camila Toscano é deputada estadual pelo PSDB e membro do PSDB Mulher da Paraíba