Além do sítio em Atibaia e do tríplex no Guarujá, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva usa mais um imóvel que está, formalmente, em nome de terceiros. A cobertura vizinha da propriedade onde o petista mora em São Bernardo do Campo e que foi alvo de busca e apreensão na 24ª fase da operação Lava Jato na última sexta- feira (4), pertence a Glaucos da Costamarques primo do pecuarista José Carlos Bumlai, amigo pessoal de Lula e preso pela Polícia Federal.
O imóvel já havia sido alugado pelo Planalto entre 2007 e 2010 como medida de segurança enquanto Lula ocupava a Presidência. No entanto, quando saiu do cargo, o ex-presidente foi mantido como inquilino e paga R$ 4,3 mil por mês, segundo Costamarques, por meio de transferência bancária. As informações são da matéria publicada hoje (7) pelo jornal Folha de S. Paulo.
Os investigadores suspeitam que o atual proprietário da cobertura ao lado da de Lula tenha comprado o imóvel a pedido de Bumlai, investigado na Lava Jato por suspeita de contratar empréstimos simulados para beneficiar o PT e de pagar parte da reforma do sítio em Atibaia.
Costamarques, porém, diz que a aquisição do imóvel foi sugerida por advogado Roberto Teixeira, suspeito de ajudar Lula a ocultar a propriedade do sítio em Atibaia.
O deputado federal Fábio Sousa (PSDB-GO) considera o atual momento da política brasileira como “o reino da desfaçatez”. Ele avalia como “cínica” a postura do ex-presidente de tentar ocultar evidências claras de uso indevido do cargo para benefícios próprios.
“Algumas autoridades não têm nem vergonha de agirem de forma corrupta, equivocada. Eles o fazem com certeza de não serem punidos, com a certeza da impunidade. Graças a Deus isto está acabando no Brasil”, declarou.
Sousa comemorou os acontecimentos da última fase da operação Lava Jato e se diz esperançoso com os desdobramentos das investigações. “Os fatos ocorridos na semana passada provaram que não existe ninguém acima da lei. Demoramos mais de 500 anos para ver isso no Brasil. Não existem pessoas especiais em uma democracia. Errou, vai pagar e pronto”, disse.
O ex-presidente é suspeito de ocultar patrimônio e receber vantagens indevidas de empreiteiras envolvidas em esquema de corrupção na Petrobrás. Para a força-tarefa da Lava Jato, ele seria o verdadeiro dono de um sítio em Atibaia, registrado em nome de dois empresários sócios de seu filho, e de um tríplex no Guarujá que oficialmente é da OAS.