Brasília (DF) – Nascida em Criciúma, a deputada federal catarinense Geovânia de Sá, em seu primeiro mandato na Câmara dos Deputados, após estrear na política em 2012 como a vereadora mais votada de sua cidade, é um exemplo perfeito das novas lideranças que despontam no PSDB Mulher.
Formada em Administração de Empresas, com especialização em Gestão de Pessoas, Geovânia é uma mulher do tempo atual, pronta para os desafios do mundo moderno, que abriu espaço em sua agenda para falar sobre sua experiência no Congresso Nacional e sobre as questões de gênero na política. Confira.
1. Como a senhora resumiria o seu primeiro ano de mandato?
Resumir meu primeiro ano de mandato? Adquiri muita experiência, conhecimento. Cresci muito. E a experiência adquirida vai servir como base para que, em 2016, eu possa fazer um trabalho mais consolidado na busca pela qualidade de vida da população. Faço parte de diversas comissões e frentes parlamentares, com destaque nas atuações em defesa dos direitos trabalhistas, na luta por saúde pública de qualidade, na desoneração de impostos para a qualificação da educação e na manutenção dos princípios e valores da vida e da família.
2. Ainda há muito preconceito na Câmara dos Deputados em relação à presença da mulher?
Com certeza, sim e muito preconceito em relação às mulheres ocupando ambientes que antes eram quase exclusivamente masculinos. Mas, temos que lutar contra isso e promover a igualdade. Com a destinação de 5% do fundo partidário ao incentivo feminino na política, creio que, a cada nova eleição, teremos mais mulheres presentes em cargos públicos. Somente com a nossa presença que o preconceito irá diminuir. O que também é uma forma de mostrar que a mulher tem as mesmas condições que os homens.
3. Como a senhora avalia as mudanças da legislação eleitoral em relação às mulheres? Fundo partidário e programas na TV?
Vejo que a legislação eleitoral vem incentivando as mulheres a serem mais atuantes na política. Somos a maior parte da população do Brasil. Mas, quando analisamos a representação da nossa classe, somos a minoria em cargos eletivos. Em relação ao fundo partidário e os programas de TV, ainda temos que lutar muito para que o nosso espaço seja alcançado. Precisamos ver mais as nossas representantes em programas partidários, para que sirvam de exemplo e, até mesmo, de inspiração para que novas lideranças possam surgir e, assim, nosso percentual irá crescendo.
4. A senhora defende a definição de cotas para garantir a vaga de mulheres nos parlamentos nacionais?
Em relação às cotas, não sou muito a favor. Mas, diante de nosso quadro atual, a proposta vem assegurar a permanência e a ampliação da nossa participação até que haja um amadurecimento da população em ver nas mulheres suas representantes. Hoje, as mulheres representam, em média, 10% dos cargos no legislativo. A porcentagem é desproporcional, já que somos 52% de todo o eleitorado.
5. A senhora acredita que a Câmara dos Deputados e o Congresso Nacional aprovem uma medida nesse sentido?
Eu acredito que seja aprovada. A proposta de emenda à Constituição (PEC 98/2015) já teve a aprovação do Senado e, agora, segue para análise da Câmara dos Deputados. O Brasil precisa discutir a participação das mulheres em todas as esferas. Está perdendo até para países do oriente médio. Quando falamos em presença feminina no parlamento, o Brasil é o 116º no ranking de 190 nações.