Brasília (DF) – O rebaixamento da nota de crédito do Brasil, de BB+ para BB, anunciado nesta quarta-feira (17) pela agência de classificação de risco Standard & Poor’s, fez o país regredir uma década. A avaliação é do economista-chefe do Banco Safra, Carlos Kawall. Em 2006, a S&P elevou a nota do Brasil de BB- para BB, dando início à escalada que resultou no grau de investimento, em 2008. “Com isso, fica mais urgente a necessidade de serem realizadas reformas estruturais, especialmente relacionadas à área fiscal”, afirmou.
Segundo a S&P, os riscos de execução para uma política fiscal corretiva permanecem altos no curto prazo no Brasil, depois de o governo não conseguir aprovação para algumas medidas orçamentárias no fim de 2015. Além disso, observou a agência, o ambiente político conturbado limitará a viabilidade de reformas estruturais.
Projeções
A decisão de cortar o rating, que já era esperada por economistas, reforça as previsões de que o dólar continue em alta, podendo chegar a R$ 5 até o final do ano. Em dezembro, a agência Fitch seguiu o mesmo caminho e colocou a nota do país no grau especulativo.
A S&P estima que, em 2016 e 2017, o déficit nominal médio será muito elevado, de 8% do Produto Interno Bruto (PIB), conforme relatou reportagem do jornal O Globo. A dívida pública, por sua vez, continua em alta rumo aos 70% do PIB. Três anos seguidos de déficits nominais desequilibram qualquer economia, destacou a publicação.