Brasília (DF) – A economista Vera Malta informa, em seu Facebook, que a Casa da Mulher, aqui em Brasília, está há um ano fechada, segundo informação do porteiro que toma conta do lugar.
Fomos investigar e descobrimos, no site Políticas para as Mulheres da Presidência da República, que a Casa da Mulher Brasileira foi inaugurada no dia 02 de junho de 2015. A ser verdadeira a informação do funcionário, trata-se de um raro caso de fechamento prévio, já que o abandono ocorreu seis meses antes da inauguração.
Criada com rufar de tambores, sob a alegação de que seria a segunda de uma série de casas de acolhimento a vítimas de violência doméstica, como parte de uma das principais ações do governo federal que imprimiriam tolerância zero à violência contra as mulheres; a verdade é que a obra, faraônica, jamais funcionou.
Observando as fotos da Casa da Mulher Brasileira, inaugurada para jamais acolher mulher alguma, é revoltante constatar o desperdício de dinheiro público. Verba que hoje faz tanta falta na prevenção e combate ao vírus zika e ao acolhimento aos bebês vítimas da microcefalia.
Somos um país que detém o triste índice de ter um caso de estupro a cada 11 minutos, em que 38,72% das mulheres em situação de violência sofrem agressões diariamente e 33,86%, semanalmente. Precisamos desesperadamente de Casas da Mulher, não duas, várias, em todos os estados e municípios.
Talvez não tão luxuosas e pretensiosas. Casas em maior número, mais humildes, mais de acordo com a realidade de um país esgotado economicamente, e que funcionem. De nada vale um elefante branco perdido no Planalto Central, enquanto as mulheres do Entorno, segundo o próprio site da Presidência, sofrem abusos constantes:
“Nos últimos seis anos, as cidades de Ceilândia, Gama, Samambaia, São Sebastião e Taguatinga concentraram mais de 40% dos casos registrados de violência contra as mulheres no Distrito Federal. A taxa de violência (número de casos notificados a cada 100 mil mulheres) não coincide necessariamente com as regiões administrativas que apresentaram os maiores números brutos de casos notificados. Neste caso, Estrutural, Paranoá, Itapoã, São Sebastião e Recanto das Emas são as regiões com maiores taxas de violência de gênero. O DF ocupou a 8ª posição no ranking brasileiro de homicídios de mulheres (5,8 por 100 mil) em 2010. Quando se analisa a população jovem, ocupa a 3ª posição entre todas as unidades da federação.”
As brasilienses gostariam de saber do governo federal a razão do abandono da segunda Casa da Mulher Brasileira, qual a empreiteira responsável pela obra e quanto custou o empreendimento, que até hoje não foi utilizado. Foram desperdícios assim, característicos de uma péssima gestão, que drenaram os impostos da população e quebraram o país.
Para relembrar as promessas do governo, na inauguração da Casa da Mulher Brasileira, clique aqui.