Consentino começou o debate com uma observação pertinente. Ele atentou que as mulheres representam em torno de 52% da população, mas apenas 10% estão na política. “Até quando vocês vão deixar que eles, que nós homens, falemos por vocês? Vamos começar a refletir justamente nessa questão”, ressaltou.
Segundo o sociólogo, a discrepância é gritante, o que significa que tem muita mulher que não está votando em mulheres e que “elas continuam acreditando que os homens a representam”. Ele explicou que não há um grande problema nisso, porém “no ponto de vista de um movimento que luta por mais protagonismo feminino, é importante a gente corrigir uma distorção dessa”.
O professor falou que todos os poderes são importantes para o funcionamento de uma boa política. Ele também discutiu sobre o papel do cidadão perante a sociedade e as leis.
“Nós temos que fazer uma reflexão de quem somos. O importante é que a gente tem que se pautar pela ética no nosso dia a dia, é o que vai levar a ter maior capacidade de cobrar ética em cargos públicos. Não adianta separar isso”, destacou.
E finalizou: “a capacidade que as mulheres têm de fazer a disputa política, de se reinventar e correr atrás de coisas diferentes é infinitamente maior do que a dos homens”.
Otimismo
Já para a Fátima Jordão, o momento atual é de otimismo, pois as transformações estão acontecendo agora. Segundo ela, o grau de informação disponível para o leitor, o grau de planejamento e de identificação dos projetos públicos é suficientemente alto. A população passou a entender como a corrupção funciona.
“Mais do que nunca, a população, a partir de 2013, com as demonstrações das manifestações, começou a entender o outro aspecto, que é a capacidade que tem de se manifestar, de cobrar”, defendeu.
A socióloga explicou que as eleições de 2016 serão diferentes, pois a população sabe dos seus direitos de cobrar e manifestar. “O eleitor sabe que a corrupção na política está lá e que isso atinge os seus direitos de políticas públicas”, disse.