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Poupança perde R$ 55 bilhões em depósitos, o maior valor em 20 anos

caderneta_de_poupanca_1009Brasília (DF) – Pressionados pela redução do poder de compra e a alta da inflação, os brasileiros estão investindo cada vez menos na caderneta de poupança. Entre janeiro e novembro de 2015, os saques líquidos da poupança já somavam R$ 54,94 bilhões. É a maior perda de depósitos desde 1995, quando o Banco Central (BC) passou a medir os fluxos das cadernetas. O último recorde de saques havia sido registrado em 2003, quando foram retirados cerca de R$ 8,2 bilhões. As informações são do jornal O Globo desta quarta-feira (6).

De acordo com a reportagem, os números de dezembro serão divulgados ainda nos próximos dias e podem fazer com que a perda de depósito no ano passado fique ainda maior. As cadernetas, responsáveis por 80% dos financiamentos habitacionais no país, têm um “horizonte bem negativo à frente” e a expectativa dos agentes financeiros é que as perdas continuem este ano.

O forte ritmo de retiradas das cadernetas desde o início do ano passado fez com que o BC liberasse, no fim de maio, R$ 22,5 bilhões do compulsório que os bancos são obrigados a recolher sobre os depósitos da poupança. Além disso, o BC endureceu as regras para que as instituições cumprissem a exigência de aplicar 65% dos depósitos da poupança em crédito habitacional.

Segundo a publicação, a intensa saída de recursos da poupança só não se tornou um risco à oferta crédito à compra da casa própria porque a recessão, aliada às restrições impostas pelos bancos na concessão de crédito, derrubaram a demanda por imóveis.

Para a Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), a estimativa para 2016 é que financiamentos habitacionais com recursos da poupança recuem a R$ 60 bilhões, o mesmo patamar de mercado de 2011.

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