Os cortes de recursos do Orçamento reduziu o investimento em infraestrutura em todo território brasileiro. Segundo a Confederação Nacional do Transporte (CNT), quase 60% das rodovias brasileiras possuem algum tipo de deficiência e a solução está cada vez mais longe. Além da queda nos repasses, o governo desistiu de fazer concessões das vias à iniciativa privada este ano.
De acordo com a Associação Nacional de Empresas de Obras Rodoviárias (Aneor), o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) possui cerca de 900 contratos em vigor com pouco mais de 400 empresas e consórcios e as faturas, antes pagas em torno de 30 dias no ano passado, hoje já amargam 120 dias de atraso. Em 2014, o órgão tinha cerca de R$ 1,2 bilhão em dívidas com as empreiteiras e a previsão para este ano, segundo a Aneor, é que chegue em até R$ 2,5 bilhões.
O atraso nos repasses também vem contribuindo para a elevação do desemprego e a queda dos salários no setor. Segundo estimativa da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic), mais de 100 mil trabalhadores devem perder seus empregos em obras de infraestrutura até o final do ano. Somente de janeiro a setembro, foram 79.131 demissões.